Os Dai (também grafado Tai) são um grupo étnico minoritário concentrado principalmente nas regiões de Xishuangbanna e Dehong, extremo sul da província de Yunnan, na região fronteiriça com o Laos e Myanmar. Cerca de 400.000 dai vivem na cidade de Dehong e na Prefeitura Autônoma de Dehong Dai e Jingpo,
São mais de 1,5 milhão de pessoas dessa etnia conhecida por sua história rica vivendo na China. Outros 7 milhões de dai vivem nos países vizinhos.
Historicamente sempre viveram nas ricas áreas agrícolas de várzea ao longo dos principais rios, como o Mekong. Eles cultivam arroz, cana-de-açúcar, café, cânhamo, borracha, cânfora e uma grande variedade de frutas. São eles que produzem o lar do famoso chá Pu’er. As densas florestas de seus territórios produzem grandes quantidades de madeira, sândalo e plantas medicinais. Também abrigam animais selvagens, incluindo elefantes, tigres e pavões.
A língua Dai pertence à família das línguas sino-tibetanas e possui três dialetos principais. Por causa da posição geográfica, possuem uma cultura muito parecida com a tailandesa. Existem livros na escrita dai para calcular eclipses solares e lunares. Seus documentos históricos incluem uma rica variedade de obras literárias que abrangem poesia, lendas, histórias, fábulas e contos infantis.
História e cultura
Os primeiros registros do povo dai são do ano 109 a.C., quando o imperador Wu Di da dinastia Han estabeleceu a província de Yizhou, no sudoeste de Yi (nome usado para designar as áreas minoritárias do que hoje são as províncias de Sichuan, Yunnan e Guizhou).
Segundo os documentos oficiais do século IX, os dai tinha uma agricultura bastante desenvolvida. Utilizavam bois e elefantes para arar a terra e construíram um extenso sistema de irrigação para o arroz.
Durante a Dinastia Yuan (1271-1368), a área habitada pelos dai estava subordinada à província de Yunnan e foi instituído o sistema de nomeação de chefes hereditários dentre as minorias étnicas. O sistema consolidou-se durante a Dinastia Ming (1368-1644).
A vida cotidiana dos dai é profundamente ligada à natureza. Eles usam práticas sustentáveis de agricultura, especialmente no cultivo de arroz e chá. Muitos festivais dessa etnia celebram a colheita e a gratidão pela natureza.
Festivais
Os dai são conhecidos por seus festivais animados. Eles adoram cantar e dançar, acompanhados por seus instrumentos musicais nativos.
Uma das celebrações mais conhecidas é “Festival da Água”, que comemora o Ano Novo Dai. Durante as celebrações, as pessoas se reúnem para realizar rituais tradicionais, dançar e participar de uma espetacular “batalha de água”.
Para eles, a água simboliza pureza e renovação. Ela é usada para lavar as estátuas sagradas e “purificar” as almas. Nesses dias eles fazem corridas de barcos-dragão na esperança de afugentar todas as doenças e azar do ano anterior e trazer bom tempo e colheitas abundantes no ano que se inicia.
A maioria dos dai segue a tradição do budismo Theravada. Seus templos impressionantes pontilham a paisagem de Xishuangbanna, cada um refletindo a arquitetura única e os elementos simbólicos dessa fé. Eles celebram vários festivais religiosos ao longo do ano.
Um deles é o festival de “Fechamento de Portas”, em meados de junho segundo o calendário lunar. Já o festival de “Abertura de Portas” ocorre em setembro.
Veja como é o Shaoduoli, uma dança característica do povo dai.
Vestimentas e culinária
Uma das características mais distintas dos dai é a indumentária colorida. Suas roupas tradicionais geralmente apresentam bordados elaborados, padrões vibrantes e tecidos exuberantes. Cada detalhe tem significado e muitas vezes reflete a conexão do povo com a natureza.
Os turistas que viajam para a área do vale de Xishuangbanna poderão saborear sua culinária tropical dai, que é picante e deliciosa. Ela se parece muito com a culinária tailandesa.
Os dai preferem comer arroz diariamente e adicionam vários tipos de carne às suas refeições, incluindo peixes de rio. Comem muitos vegetais em conserva e brotos de bambu. Também gostam de cozinhar usando ervas tropicais, frutas exóticas e algas do rio.
Suas vestes são muito coloridas e cheias de bordados. Os homens usam jaquetas curtas sem gola, de manga justa, com abertura na frente ou no lado direito, e calças compridas e largas. No inverno, eles colocam um cobertor sobre os ombros. Eles usavam turbantes pretos ou hite. Tradicionalmente, as mulheres usam vestidos curtos de mangas justas e sarongues.