A etnia tibetana vivendo na China reúne 5.500.000 pessoas. Elas vivem principalmente na Região Autônoma do Tibete, no sudoeste do país. Existem também comunidades tibetanas nas províncias de Qinghai, Gansu, Sichuan e Yunnan.
A região do Tibete é a segunda maior divisão administrativa a nível de província do país, ocupando um total de 1.200.000 km². A região, famosa pelos picos nevados, atrai muitos cerca de 30 milhões de turistas por ano, na maioria chineses.
A língua tibetana pertence ao sub-ramo tibetano da família das línguas sino-tibetanas. São três dialetos locais: Weizang, Kang e Amdo. O alfabeto tibetano foi criado no início do século VII. Ele tem quatro vogais e 30 consoantes. É utilizado em todas as áreas habitadas por tibetanos.
A maioria dos tibetanos vivem em comunidades compactas em regiões montanhosas repletas de picos cobertos de neve. O planalto Qinghai-Tibete, há cerca de 4.000 metros acima do nível do mar, é atravessado de oeste a leste pelas cadeias montanhosas de Qilian, Kunlun, Tanggula, Gangdise e Himalaia.
O Monte Qomolangma (ou Everest), na fronteira com o Nepal está 8.848 metros acima do nível do mar, sendo o mais alto do mundo.
A criação de animais é a principal ocupação dos tibetanos, onde existem vastas extensões de pastagens e ricas fontes de água. O Tibete é atravessado por rios e pontilhado de lagos.
Os bois tibetanos, como iaques e pien são nativos do planalto Qinghai-Tibete. O iaque é um animal grande e de pelo comprido, capaz de resistir às intempéries e transportar cargas pesadas. Além de um importante meio de transporte, é uma fonte de carne. O gado pien, cruzamento de touro e iaque, é o melhor animal de tração e produtor de leite.
Na agricultura, o qingke, espécie de cevada das terras altas resistente ao frio, é a cultura principal. Os tibetanos também cultivam trigo, ervilha, trigo sarraceno e fava. Nos locais mais quentes dos vales, planta-se batata, nabo, maçã e nozes. Arroz e algodão são mais comuns nos vales dos rios no sul do Tibete, onde o clima é mais quente.
As densas florestas nas áreas tibetanas fornecem abrigo para muitos animais, como o pássaro solar, o abutre, o panda-gigante, o macaco dourado, o macaco assamese, o urso e o arminho.
História
Os antigos tibetanos estabeleceram-se ao longo do rio Yarlung Zangbo. Evidências disso datam da Idade da Pedra e foram encontradas durante escavações arqueológicas em Nyalam, Nagqu, Nyingchi e Qamdo. De acordo com os registros históricos, os membros dos primeiros clãs formaram tribos conhecidas como “Bos” na área de Shannan.
No início do século VII, o rei Songzan Gambo começou a governar todo o Tibete e estabeleceu em Lhasa a capital. Ele designou postos oficiais, definiu áreas militares e administrativas, criou a escrita tibetana, formulou leis e unificou pesos e medidas, estabelecendo assim o reino chamado de “Tubo” nos documentos históricos chineses.
Os ancestrais dos tibetanos e os membros da etnia han, majoritária na China, tinham bom relacionamento. Em 641, o rei Songzan Gambo casou-se com a princesa Wen Cheng da dinastia Tang. Em 710, o rei Chide Zuzain casou-se com outra princesa Tang, Jin Cheng. As duas princesas levaram consigo a cultura e as técnicas avançadas de produção da China Central para o Tibete. A partir de então, aumentaram os intercâmbios de tibetanos com outros grupos étnicos chineses.
Do século 10 ao 12, o Tibete se desintegrou em vários regimes independentes e começou a avançar em direção à servidão. Foi nessa época que o Budismo foi adaptado ao local
A Dinastia Qing (1644-1911), última monarquia na China, criou um departamento governamental chamado Lifanyuan para administrar as regiões do Tibete e da Mongólia Interior.
Cultura
Via de regra, o budismo tibetano influencia a vida dos moradores daquela Região Autônoma. Desde a alimentação até a forma de se vestir, passando pelos festivais.
Todos os tibetanos gostam de usar enfeites. Os homens costumam enrolar uma fita no topo da cabeça. Alguns raspam a cabeça. As mulheres, ao atingirem a maioridade, começam a trançar os cabelos em duas mechas ou em várias mechas minúsculas onde colocam enfeites.
É comum entre eles o uso de chapéus de feltro ou de pele animal. Eles usam jaquetas de seda ou tecido de mangas compridas sobre vestidos soltos, que são amarrados com uma faixa à direita.
Quem trabalha cuidando de rebanhos veste mantos de pele de carneiro, com mangas, golas e frentes debruadas com pele fina ou rendas de tecido. Os homens usam calças e as mulheres usam saias. Todos usam botas de lã ou couro.
Zamba, cevada qingke torrada ou farinha de ervilha misturada com chá, são o alimento básico dos tibetanos. O chá com manteiga ou leite é o preferido. Nas áreas pastoris, os alimentos básicos são a carne bovina e de carneiro. Coalhada e queijo também são muito apreciados. Em algumas áreas, come-se arroz e macarrão.
Os tibetanos das áreas agrícolas vivem em casas de pedra, enquanto os que vivem nas áreas pastoris acampam em tendas. A casa tibetana tem telhado plano e muitas janelas. São frequentemente construídas em locais elevados e ensolarados voltados para o sul.
Veja como é a música e a dança dos tibetanos