Confúcio foi um professor e filósofo cujos ideais se entrelaçaram profundamente com a identidade nacional da China e a civilização do Leste Asiático.

Ele nasceu em 551 a.C., em Qufu, província de Shandong, leste da China. Seu verdadeiro nome era Ch’iu K’ung. Posteriormente, quando se tornou conhecido pela sua sabedoria, passou a ser chamado de “Mestre K’ung”. Os ideogramas chineses utilizado para esse título podiam ser grafados como K’ung-fu-tzu, ou ainda Kongfuzi. Por isso, viajantes europeus latinizaram o nome para Confúcio quando tiveram contato com seus escritos, no século XVI.

Pouco se sabe da infância de Confúcio. Existam alguns relatos conflitantes, sobre ter sido filho de nobres ou de trabalhadores rurais. O registro mais conhecido sobre sua vida está no capítulo 47 do livro Shih chi [Registro dos Historiadores], escrito no século I a.C., por Ssu-ma Ch’ien.

Desde muito jovem, Confúcio demonstrou um zelo pelos estudos. “Aos 15 anos, decidi aprender”, disse a seus discípulos quando os ensinava. Ao longo da vida, aprofundou-se no estudo de música, matemática, clássicos chineses e história. Era especialmente fascinado pelos primeiros anos da dinastia Zhou (1046-256 a.C.), período pacífico que ele considerava uma “era de ouro” a ser imitada.

Confúcio pregava uma filosofia que tinha o ser humano como elemento central. Ele defendia que, para ter responsabilidade moral, o homem deve pensar por si próprio. O conceito fundamental era o desenvolvimento do Chun-Tzu (homem superior). Para ele, a perfeição é atingida quando se é sábio, humilde, sincero, amável e justo.

A partir de seus ensinamentos surgiu o confucionismo, filosofia que influencia grandemente a sociedade chinesa até hoje. Também advogava uma moralidade governamental, incluindo procedimentos justos nas relações sociais. Em seus dias, os cargos administrativos do governo eram dados aos filhos dos aristocratas. Confúcio acreditava que esses cargos estatais deviam ser ocupados por pessoas qualificadas, independentemente de classe social. Esses testes de capacidade deram origem aos concursos públicos, mais tarde adotados em quase todo o mundo.

Com sua crescente influência no estado de Lu, quando tinha cerca de 50 anos, foi convidado a exercer o cargo de sikou, equivalente a ministro da justiça. Como Lu vivia uma situação caótica, Confúcio acabou ficando no cargo apenas por três meses, pois não recebeu o apoio necessário dos governantes para implementar suas ideias.

Decidiu abandonar sua terra natal e ficou em “exílio” de  496 a 483 a.C. Viajou por várias regiões da China, mas não obteve sucesso em convencer os senhores feudais a adotarem o seu modo de pensar. Acabou voltando para Lu quando tinha 68 anos e ali passou o restante da vida ensinando e falando a seus discípulos sobre poesia, clássicos, ritos e música para um grupo que chegou a 3.000 pessoas. Faleceu em 479 a.C.

Nos escritos atribuídos a ele ou registrados pelos seus alunos, enfatizou valores como  benevolência, reciprocidade e piedade filial. A compilação de ensinamentos Lun yü, conhecido no Ocidente como “Os Analectos” é o único registro confiável dos ensinamentos do filósofo chinês.

As ideias de Confúcio não foram amplamente adotadas pela sociedade chinesa enquanto ele vivia. Porém, durante a dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.), seus ensinamentos receberam forte respaldo monárquico e o confucionismo se espalhou pela China.

Embora não fosse sacerdote nem se considerasse um profeta, após sua morte foi construído um templo em sua homenagem, no ano 479 a.C. O local atualmente é um complexo com 50 acres, reunindo o templo, o local onde foi enterrado, a mansão da família e uma centena de prédios. Considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, atrai peregrinações populares e turistas para Qufu até hoje.

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