Aplicativos chineses têm ajudado milhares de pessoas com problemas visuais. Os apps Eye Coming e Rebuild Eyes utilizam sistemas de videochamadas. Voluntários se cadastram para receber os pedidos de pessoas com deficiência visual e as auxiliam como puderem.

Yang Qingfeng fundou o Golden Cane, um programa com sede em Beijing destinado a ajudar deficientes visuais. Ele é cego e declarou ao China Daily que esses aplicativos se mostraram muito úteis.

“Para os deficientes visuais, até as atividades cotidianas mais básicas podem ser desafiadoras. Por isso, muitos precisam de um familiar como companhia ou nem ousam sair de casa. Agora, com a tecnologia, qualquer um pode ajudá-los. Os voluntários são pessoas de bom coração e com tempo para atender uma chamada de vídeo ocasionalmente”, disse.

O Eye Coming rapidamente se tornou o aplicativo mais popular. Em maio, chegou a 9.000 usuários ativos e mais de 110.000 voluntários cadastrados. Além de receber ajuda para tarefas domésticas, quem usa o app também pode solicitar auxílio para algo mais complexo, como atravessar uma estrada.

A reportagem do China Daily entrevistou uma voluntária. Ela conta que recebeu uma ligação de uma pessoa que precisava de ajuda para encontrar suas chaves. Enquanto a usuária filmava o espaço ao seu redor, a voluntária avistou o objeto e foi guiando a pessoa até ele.

Sensação de bem-estar

Tao Yong, diretor do departamento de oftalmologia do Hospital Beijing Chaoyang, destaca que cuidar dos deficientes visuais nem sempre é uma tarefa fácil. “A maioria deles é muito tímido e procurar ajuda de estranhos é sua última opção”, explica.

Para o médico, o auxílio de estranhos resolve problemas práticos enquanto passa confiança aos deficientes visuais. “Há muitas pesquisas sobre como ajudar os deficientes visuais. Ficou claro que a voz humana tem uma vantagem única e insubstituível: transmite preocupação e uma sensação de bem-estar de uma pessoa para outra.”

Para os voluntários, ajudar os outros também gera confiança e o sentimento de que são necessários, finaliza Tao.

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