Quando falamos em arquitetura chinesa, pensamos em cores chamativas, telhados curvos e uma riqueza de detalhes única em cada projeto. Porém, hoje a China conquista um espaço cada vez maior na história da arquitetura moderna, com reconhecimento mundial. Mas vamos chegar lá. Comecemos pelo começo: o que caracteriza a arquitetura chinesa tradicional?

 

Seguindo sua história, a arquitetura chinesa tradicional permaneceu quase imutável ao longo dos século em suas principais características: horizontalidade, simetria bilateral, influência do feng shui e do taoísmo. Vemos estas influências em ícones arquitetônicos que vão da Grande Muralha de China, construída a partir de 228 a.C., ao Templo do Céu, construído em 1490, em Pequim. Mas também podemos incluir os diversos pagodes, a Cidade Proibida, também em Pequim, construída entre 1406 e 1420 durante a Dinastia Qing.

Conheça algumas construções chinesas tradicionais

MURALHA DA CHINA: Construída a partir de 228 a.C, é feita de pedra, madeira, tijolo e terra compactada, e foi edificada com o objetivo de prevenir invasões dos nômades da Eurásia. 

A muralha é um dos ícones da arquitetura chinesa

TEMPLO DO CÉU: Complexo de templo Taoístas em Pequim, foi construído em 1420 durante a dinastia Ming.

Complexo taoísta em Pequim

CIDADE PROIBIDA: Construída entre 1406 e 1420 durante a dinastia Ming, a cidade proibida é retrato da arquitetura palaciana chinesa.

A Cidade Proibida fica no coração de Pequim

A nova arquitetura chinesa

Apesar disso, o século XX foi um divisor de águas para a arquitetura no país: a China começou a apostar na arquitetura moderna. Os traços tradicionais começaram a se fundir com as necessidades do mundo contemporâneo. Obras passaram a ser desenvolvidas rapidamente, acompanhando o crescimento dos grandes centros urbanos. A título de comparação, Pequim mantém uma arquitetura imperial, enquanto Xangai aposta na sua modernização arquitetônica.

Essa mudança revelou ao mundo grandes obras como o Estádio Nacional de Pequim, também chamado de “Ninho de Pássaro”, inaugurado em 2008 para os Jogos Olímpicos de Verão. Com design de Ai Weiwei, a obra é criação de Ai Weiwei, Jacques Herzog, Pierre de Meuron e Li Xinggang. 

 

 

Em 2012, o arquiteto chinês Wang Shu foi agraciado com o Prêmio Pritzker, pela construção do seu escritório Amateur Architecture Studio, sediado em Hangzhou, na República Popular da China. A premiação honra, anualmente, arquitetos cuja obra construída demonstre uma combinação de talento, visão, comprometimento e que tenha produzido consistentes e significativas contribuições à humanidade e ao entorno da edificação. Alguns exemplos de suas obras são o Museu Histórico Ning Bo e a Nova Academia de Artes de Hangzou.

Prêmio Pritzker de 2012

A conquista do MoMA

O Museu de Arte Moderna – MoMA de Nova Iorque anunciou no início de junho uma mostra dedicada à arquitetura chinesa atual. Denominada “Reuse, Renew, Recycle: Recente Architecture from China”, a exposição terá início em 16 de setembro.

A mostra reúne exemplos de arquitetura chinesa contemporânea que incorporam conceitos ambientais e de responsabilidade social no centro da perspectiva do desenvolvimento de seu design. São oito projetos que serão apresentados através de modelos, desenhos, fotografias e maquetes arquitetônicos.

O projeto da exposição foi desenvolvido durante quatro anos. Inclui desde um moinho de açúcar transformado em hotel na região de Guangxi, até um teatro a céu aberto construído com bambu em Hengkeng Village. Sete profissionais compõem a nova geração da arquitetura chinesa e que trabalham de forma independente dos institutos de arquitetura convencionais foram convidados.

 

Conheça algumas construções chinesas modernas

 

J HOTEL SHANGHAI TOWER: O hotel mais alto do mundo está localizado em no topo da Torre de Shanghai, há 632 metros de altura. O prédio que o abriga é também o mais alto da China, e fica no centro financeiro de Shanghai, onde também está a Torre da Pérola, a torre JinMao e o WTC.

Divulgação/J Hotel

 

ÓPERA DE GUANGZHOU: Guangzhou Opera House é uma ópera chinesa em Guangzhou, província de Guangdong, República Popular da China. Desenhado por Zaha Hadid, foi inaugurado no dia 9 de maio de 2010. Hadid é uma das queridinhas chinesas. A arquiteta falecida em 2016 assina diversos prédios no país.

A ópera é assinada por Zara Hadid/Divulgação

 

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