O assessor especial da Presidência e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez visita oficial à China na semana passada. Ele reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em Beijing.
Eles assinaram uma proposta conjunta, onde Brasil e China fazem uma série de sugestões para as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, que estão em guerra desde fevereiro de 2022. Esta é a primeira vez que a China assina esse tipo de documento sobre o assunto. O governo dos dois países têm uma política de relações exteriores focada no aumento do comércio e no desenvolvimento econômico mundial, baseado na paz.
Na proposta conjunta, os dois países se comprometeram a engajar nações amigas para construir uma conferência internacional de paz. Também decidiram manter conversas periódicas sobre o tema.
A proposta é baseada em seis pontos, onde os quais se destaca o estabelecimento de delegados de países mediadores – entre os quais estariam chineses e brasileiros, mas não somente.
“As duas partes acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia. Todos os atores relevantes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e promover a desescalada da situação até que se alcance um cessar-fogo abrangente”, explica o texto.
“O Brasil e China apoiam uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz”, diz a proposta.
O texto acrescenta a necessidade de estabelecer zonas de segurança nas fronteiras entre os países, e mecanismos capazes de proteger civis, regiões densamente habitadas e evitar ataques a infraestruturas básicas. Também defende que se inclua um acordo para o intercâmbio de prisioneiros de guerra.
Outra decisão dos governos brasileiro e chinês é propor um veto ao uso de armas de destruição em massa, “em particular armas nucleares, químicas e biológicas”. “Todos os esforços possíveis devem ser feitos para prevenir a proliferação nuclear e evitar uma crise nuclear”, defendem.
A resolução sugere ainda que sejam “rejeitados” ataques contra usinas nucleares ou outras instalações nucleares pacíficas. “Todas as partes devem cumprir o direito internacional, incluindo a Convenção de Segurança Nuclear, e prevenir com determinação acidentes nucleares causados pelo homem”, afirma a proposta.
China e Brasil pedem “novos esforços para reforçar a cooperação internacional em energia, moeda, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestrutura crítica, incluindo oleodutos e gasodutos, cabos óticos submarinos, instalações elétricas e de energia, bem como redes de fibra ótica, a fim de proteger a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais”.
As informações são da Xinhua e Brasil de Fato.