Sendo o maior mercado do mundo e maior fabricante de equipamentos de energia renovável, a China promove, há mais de uma década, a transformação global de energia verde e de baixo carbono. Por meio de ampla cooperação em energias renováveis como outros países, trabalha para combater as mudanças climáticas globais, estimulando uma série de projetos internacionais.
De fato, os chineses têm adotado medidas para estímulo do uso de energias renováveis em termos de políticas, finanças e rotas técnicas, fortalecendo ainda mais seu desenvolvimento e utilização.
Em 2023, o Brasil fortaleceu os laços de cooperação com a China, nesta área, anunciando a formalização de uma série de acordos envolvendo empresas e instituições brasileiras com companhias da China.
O presidente da estatal chinesa State Grid, Zhang Zhigang, destacou a importância dos investimentos chineses no Brasil, principalmente na expansão da malha de transmissão por meio da integração de projetos de geração eólica e solar.
A State Grid já atua no Brasil, com 19 linhas de transmissão em 14 estados. Agora, juntamente com a Eletrobras Furnas, vai desenvolver um projeto de revitalização de uma das linhas de transmissão de energia da hidrelétrica de Itaipu.
Além disso, o Ministério de Minas e Energia do Brasil e a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC), assinaram acordo para analisar a viabilidade de construção e operação de pequenas usinas de energia solar, complementadas por miniturbinas eólicas, baterias e purificadores de água, em áreas remotas da floresta amazônica, com foco em comunidades isoladas.
A demanda de energia elétrica continuará crescendo dos próximos anos, com a descarbonização sendo um compromisso do governo brasileiro. Por exemplo, a maior produção de carros elétricos é chinesa. Em grande parte, pelos esforços da companhia BYD. Apenas em 2022, foram vendidos mais de 640 mil veículos leves na China e a empresa deve inaugurar sua fábrica no Brasil em 2024. A empresa e o governo da Bahia assinaram um memorando de entendimento para um investimento de R$ 3 bilhões.
Outra parceria concretizada este ano foi da ApexBrasil e com a Venture Cup China que apoiará startups brasileiras a desenvolverem negócios na China, bem como organizar, conjuntamente, a semana da inovação, que terá foco em soluções ligadas à economia verde e de baixo carbono, à sustentabilidade aplicada ao agronegócio e à digitalização.
O Brasil já possui uma boa matriz energética “limpa”, mas não se beneficia de maneira integral dos recursos abundantes de energia solar, eólica e hidrelétrica. Essas parcerias com empresas chinesas servirão para ajudar a catapultar o país a outro nível.
Um bom exemplo é o investimento da empresa China Three Gorges Corporation na construção da maior usina solar do país, a de Pirapora, em Minas Gerais. A usina tem capacidade de gerar energia suficiente para abastecer cerca de 420 mil residências.
Também merece destaque o know how da China, um dos maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. O Brasil tem um enorme espaço para a produção de energia eólica, especialmente nas áreas costeiras.