Um projeto realizado em conjunto por Brasil e China poderá revolucionar a logística entre a América do Sul e a Ásia, abrindo novas rotas de comércio entre os dois continentes.
Essa parceria estratégica é o desenvolvimento da Ferrovia Transoceânica, que passará pelo território do Peru. O trajeto alternativo seria um passo importante para unir o Atlântico ao Pacífico, criar uma conexão comercial e cultural entre os hemisférios. Ele serviria para impulsionar a iniciativa Cinturão e Rota da China, que visa fortalecer os laços econômicos entre a Ásia e a América do Sul, com investimentos em infraestrutura que podem mudar radicalmente a dinâmica econômica da região.
Embora o trecho previsto inclui passagem por trechos da Floresta Amazônica e a subida pelos Andes, esses obstáculos seriam superados pela experiência da China em megaprojetos de infraestrutura.
Nos últimos anos, com o comércio bilateral Brasil-Chian ultrapassou US$ 490 bilhões. Caso se concretize, a Ferrovia Transoceânica uniria ainda mais os países, ajudando a reduzir custos e tempos de transporte. Isso proporcionaria uma rota de exportação-importação que aumentaria o fluxo de mercadorias.
Os estudos preliminares mostram que sua construção beneficiaria toda a região sul-americana, dando um maior acesso aos mercados asiáticos. Ainda em fase de discussão, a iniciativa leva em conta a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico mútuo, nessa era marcada pela cooperação e interdependência entre as nações.
A nova Ferrovia, ainda sem prazo para iniciar a sua construção, será estruturada em bitola irlandesa de 1.600 mm, e prevê a conexão do Porto do Açu, no litoral do Rio de Janeiro, até Boqueirão de Esperança, no Acre, estimada em 4.400 Km. As principais ferrovias que irão interligar o litoral brasileiro com a costa do Peru serão a Ferrovia de Integração Centro Oeste (FICO) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS), que já funcionam parcialmente.
Como o Peru tem um tratado de livre comércio com a China desde 2010, isso facilitaria o embarque dos produtos brasileiros que chegassem ao território peruano e fossem embarcados nos portos daquele país. As informações são da Folha de São Paulo e da BBC.