Neste domingo, 21 de maio, é celebrado o Dia Mundial Da Diversidade Cultural Para o Diálogo e o Desenvolvimento. A data foi instituída pela Assembleia Geral das ONU em 2002.
A data surgiu após a Unesco publicar um documento em que reconhece a necessidade de “aumentar o potencial da cultura como meio de alcançar prosperidade, desenvolvimento sustentável e coexistência pacífica mundial”.
De fato, a diversidade cultural é reconhecida como a chave para promover o respeito e a compreensão mútua. Qualquer pessoa que visite a China fica impressionado com a diversidade presente entre vilas, cidades e províncias. A diversidade está presente deste a linguagem, passando pela comida e envolvendo tradições.
No país de 1,4 bilhão de habitantes, vivem em harmonia 56 etnias. Vamos conhecer melhor as cinco maiores.
Han
O grupo étnico Han é o maior, representando 92% da população total (cerca de 900 milhões). Eles possuem uma língua falada e escrita com quatro mil anos, baseada em ideogramas. É comumente chamada de mandarim ou “língua chinesa”, sendo uma das línguas oficiais da ONU.
A cultura Han pertence às civilizações mais antigas do mundo, apresentando realizações notáveis em muitos campos, incluindo política, assuntos militares, filosofia, literatura, história, arte e ciências naturais, etc. A criatividade e sabedoria desse povo deu origem às quatro grandes invenções chinesas – bússola, fabricação de papel, impressão e pólvora – que exerceram grande influência na história do desenvolvimento humano.
Zhuang
O segundo maior grupo étnico é o zhuang. São cerca de 18 milhões deles vivendo sobretudo na Região Autônoma de Guangxi Zhuang e na Província de Yunnan. Outros vivem nas províncias de Hunan, Guizhou e Sichuan. Seu idioma é o zhuang e eles são conhecidos por seus enormes campos de plantação de arroz, artesanatos e brocados (um tipo de bordado bem trabalhado).
Os mongóis talvez sejam uma das etnias minoritárias chinesas mais conhecidas. Eles derivam dos conquistadores do Império Mongol (que durou cerca um século). A maioria deles vive na Região Autônoma da Mongólia Interior, no nordeste da China, nas províncias Xinjiang e Qinghai. Seus trações característicos são ter grandes rabanhos de gado, andar a cavalo, usar roupas de couro e com tons fortes, além de sua culinária tradicional com muita carne. Curiosamente, a população mongol na China é quase o dobro do país vizinho denominado República Popular da Mongólia (3 milhões).
Hui
Os quase 10 milhões de huis são chineses muçulmanos que vivem nas províncias autônomas de Ningxia e Xinjiang, além das províncias de Gansu, Qinghai, Henan, Hebei, Shandong e Yunnan. Culturalmente, são similares aos chineses da etnia han, mas com a religião é um elemento diferenciador. Também são conhecidos pela sopa de noodles chamada lanzhou.
O nome Hui é uma abreviação de “Huihui”, citado pela primeira vez na literatura da Dinastia Song do Norte (960-1127). Referia-se ao povo Huihe (os Ouigurs) que viveu em Anxi na atual Xinjiang e arredores desde a Dinastia Tang (618-907). Durante os primeiros anos do século 13, quando as tropas mongóis faziam incursões militares, diferentes grupos de convertidos ao islamismo da Ásia Central, bem como persas e árabes, foram forçados a se mudar ou migraram voluntariamente para a China. Como artesãos, comerciantes, estudiosos, oficiais e líderes religiosos, eles se espalharam por várias partes do país e se estabeleceram principalmente na criação de gado.
Miao
A etnia miao tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas. Eles são originários da área de Guizhou. Sua língua pertence ao ramo Miao-Yao da família linguística chinesa-tibetana. Devido aos seus séculos de contato com os Hans, a maioria dos miaos também falam chinês.
Suas roupas têm características distintas que variam de acordo com a região. No noroeste de Guizhou e no nordeste de Yunnan, os homens miao geralmente usam jaquetas de linho com desenhos coloridos e cobrem os ombros com cobertores de lã com padrões geométricos. As roupas femininas mais comuns são jaquetas abotoadas à direita e calças, com enfeites bordados nos colarinhos, mangas e pernas das calças. Elas também usam vários tipos de joias de prata em ocasiões festivas.
São conhecidos também por gostar muito de música e ter um estilo arquitetônico distinto, prestigiada no Lusheng Festival, onde as moças utilizam suas melhores roupas tradicionais enquanto os homens tocam o instrumento Lusheng (feito de bambu).
Tibetanos
O grupo étnico tibetano é um dos mais antigos da China. Esse povo têm sua própria língua escrita e oral e praticam o budismo tibetano. Os 6 milhões de tibetanos vivem principalmente na Região Autônoma Tibetana do Sudoeste da China, com o restante formando comunidades tibetanas nas províncias vizinhas de Qinghai, Gansu, Sichuan e Yunnan.
De acordo com registros históricos, os tibetanos habitavam o Planalto Qingzang há 5.000 anos. No século VII dC, o rei tibetano Songtsan Gampo unificou toda a região e estabeleceu a Dinastia Tubo (629-846). O casamento deste rei tibetano com a princesa Wencheng de Chang’an (atual Xian, então capital da dinastia Tang (618-907)) e a princesa Chizun do Nepal ajudou a introduzir o budismo e desenvolver a cultura tibetana.