Em 16 de agosto é celebrado o “Dia do Filósofo”. No Brasil conhecemos muitos pensadores, mas os filósofos orientais geralmente não são muito conhecidos. Por isso, vamos falar um pouco sobre Confúcio, um influente filósofo, professor e figura política chinesa conhecido por seus ditados e por seus modelos de interação social.
Seu nome na verdade é grafado como Kong Qiu ou K’ung Fu-tzu. Sendo Confúcio uma corruptela ocidental. Seus ensinamentos, preservados nos Analectos, focavam na criação de modelos éticos de família e interação pública e no estabelecimento de padrões educacionais. O modelo filosófico apresentado por ele enfatizava uma moralidade pessoal e governamental, os procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade.
Após sua morte, o confucionismo se tornou a filosofia imperial oficial da China, sendo extremamente influente durante as dinastias Han, Tang e Song.
Biografia
Confúcio nasceu provavelmente em 551 a.C. (calendário lunar) na atual Qufu, província de Shandong, China. Pouco se sabe sobre sua infância. Registros do historiador Sima Qian (145 a.C. – 86 a.C.) oferece um relato detalhado da vida de Confúcio. No entanto, alguns historiadores contemporâneos são céticos quanto à precisão do registro, não considerando tudo como fato.
De acordo com Registros do Historiador, Confúcio nasceu em uma família real da Dinastia Chou. Outros relatos o descrevem como nascido na pobreza. Seja como for, é indiscutível que ele viveu durante uma época de crise ideológica na China.
A partir do século IV a.C., Confúcio passou a ser considerado um sábio que merecia maior reconhecimento em sua época. No século II a.C., durante a primeira Dinastia Han da China, suas ideias se tornaram a base da ideologia do Estado.
O filósofo morreu em 21 de novembro de 479 a.C. em Qufu, China, um ano depois de perder seu filho, Tzu-lu, na batalha. Na época de sua morte, Confúcio estava convencido de que seus ensinamentos não haviam causado um impacto significativo na cultura chinesa, embora seus ensinamentos se tornassem a filosofia imperial oficial da China. Seus seguidores realizaram um funeral e estabeleceram um período de luto em sua homenagem.
Hoje, Confúcio é amplamente considerado um dos professores mais influentes da história chinesa. Suas máximas filosóficas ainda são seguidas por muitas pessoas que vivem na China e influenciaram o pensamento no Japão, Coreia e Vietnã.
Crenças, filosofia e ensinamento
O confucionismo é, na essência, uma cosmovisão sobre política, educação e ética ensinada por Confúcio e seus seguidores nos séculos V e VI a.C. Não pode ser considerado uma religião organizada, embora forneça regras para pensar e viver que se concentram no amor pela humanidade, adoração aos ancestrais, respeito pelos mais velhos, autodisciplina e conformidade com rituais.
Durante o século VI a.C., estados chineses concorrentes minaram a autoridade do Império Chou, que deteve o governo por mais de 500 anos. Os princípios tradicionais chineses começaram a se deteriorar, resultando em um período de declínio moral. Confúcio reconheceu uma oportunidade – e uma obrigação – de reforçar os valores sociais de compaixão e tradição.
A filosofia social de Confúcio baseia-se, principalmente, no princípio de “ren” ou “amar os outros” enquanto exerce autodisciplina. Ele acreditava que ren poderia ser colocado em ação usando a Regra de Ouro: “O que você não deseja para si mesmo, não faça aos outros.” (Lunyu 12,2, 6,30).
As crenças políticas de Confúcio eram baseadas no conceito de autodisciplina. Ele acreditava que um líder precisava exercer autodisciplina para permanecer humilde e tratar seus seguidores com compaixão. Ao fazer isso, os líderes dariam um exemplo positivo.
Ainda segundo Confúcio, os líderes poderiam motivar seus súditos a seguir a lei, ensinando-lhes a virtude e a força unificadora da propriedade ritual.
Ao falar sobre educação, o pensamento de Confúcio concentrava-se nas “Seis Artes”: arco e flecha, caligrafia, computação, música, condução de carruagem e ritual. Para ele, o objetivo principal de ser educador era ensinar a viver com integridade.
Por meio de seus ensinamentos, buscou reviver os valores tradicionais de benevolência, propriedade e ritual na sociedade chinesa.
Algumas obras literárias clássicas são atribuídos a ele, como os ‘Analectos de Confúcio’ também conhecidos como “Diálogos de Confúcio” (Lunyu, no original) expõem as crenças filosóficas e políticas de Confúcio, compilado por seus discípulos.
Ele também é autor “O Grande Estudo de Confúcio”, “A Doutrina do Meio”, “Comentários Filosóficos” e um relato histórico dos 12 duques de Lu, chamado de “Anais da Primavera e do Outono”.