A Chinatown de Lima fica no centro histórico da capital peruana do Peru. Ela marca a presença dos chineses que chegaram ao país andino por volta de 1860, quando imigrantes cantoneses foram trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar.

Mais de 100 mil chineses afluíram ao país nos anos seguintes, levando consigo as tradições culturais que continuam presentes no “Barrio Chino” (Bairro Chinês) como é chamado. A área oferece muitas opções de compras, gastronomia e lazer para os habitantes da cidade e turistas que a visitam.

Um grande pórtico marca sua entrada, dando boas-vindas aos visitantes. Ele foi erguido em 1971 na esquina das ruas Ucayali e Andahuaylas, sendo um presente do povo de Taiwan. Outra característica da Chinatown de Lima são ruas exclusivas para pedestres, não havendo circulação de veículos. Há uma série de mosaicos no chão, com os 12 animais do zodíaco chinês,

O Barrio Chino faz parte da Jiron Ucayali, na quadra 7. Sua via principal é a Calle Capon (rua Capon), que tornou-se um dos centros gastronômicos de Lima. Também se consolidou como uma importante área comercial. Quem o visita pode contemplar aromas, sabores e músicas chinesas em ruas decoradas com lanternas orientais e muito vermelho nos prédios que ostentam placas e anúncios em mandarim.

Quem gosta de itens típicos chineses pode entrar nas diversas lojas que oferecem produtos para todos os gostos. É possível encontrar chás, temperos, artesanato e medicamentos tradicionais provenientes do país asiático. Existem ainda barracas nas ruas que vendem comida.

Ali se originou a Chifa

A história da Chinatown de Lima mostra a valorização da cultura, algo que os descendentes dos chineses que chegaram ao país mantém viva. Logo que primeiros imigrantes chegaram ao solo peruano preocuparam-se em abrir lojas, mercados e restaurantes para atender sua comunidade.

Como alguns produtos não eram encontrados no país, os restaurantes fizeram “adaptações”. Algumas décadas depois se consolidou no país a cozinha “chifa”, que funde a gastronomia chinesa e a peruana. A origem exata da palavra é desconhecida, mas provavelmente vem de um termo em mandarim que significa “comer arroz”.

Desde que o primeiro restaurante chifa foi aberto em Lima, na década de 1920, esse tipo de comida se tornou tão popular que  há décadas os peruanos a consideram parte de sua cultura. Estima-se que existem cerca de 6.000 restaurantes servindo chifa em Lima. Esse tipo de culinária se espalhou pelo mundo e já existem restaurantes de chifa no Brasil.

Mantendo vivas as tradições

Apesar da diminuição da população chinesa em Lima nos últimos anos, várias associações trabalham para manter as tradições. Existem vários templos na região, como o Kuan Tai Kung, administrado pela sociedade Pun Yui. Alguns são dedicados a Guangong e administrados pela Ku Kong Chao.

A sociedade Tong Shing divide o espaço de seu templo com uma pequena escola que oferece cursos de mandarim.

Periódicos de língua chinesa são publicados na capital, como La Voz de la Colonia China (A Voz da Colônia Chinesa) e o Ch’iao Pao, que também circula em outras cidades peruanas.

Os principais feriados do calendário chinês são observados e datas como o Ano Novo e o Festival da Lua contam com apresentações de dança do dragão e do leão, além de espetáculos com fogos de artifício. As celebrações sempre atraem turistas e ajudam a manter viva as tradições entre as novas gerações.

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