No Brasil, comemora-se o Dia do Atleta Profissional em 10 de fevereiro. A data é celebrada no Brasil desde 1998, sendo prevista pela Lei nº 9.615.
A ideia da dedicação de uma pessoa para ser atleta é bastante antiga, com registros de sua existência há cerca de 3 mil anos. A prática de esporte só passou a ser visto de maneira profissional nos Jogos Olímpicos antigos na Grécia, disputados a partir de 776 a.C., quando os atletas começaram a ser pagos para treinarem em tempo integral.
Segundo os registros históricos, os competidores chegavam à cidade de Olímpia cerca de um mês antes do início oficial dos Jogos para se submeter a um treinamento moral e físico, sob a supervisão dos juízes. Além da conhecida premiação com uma coroa de ramos de oliveira, muitos dos campeões recebiam recompensas pelo bom desempenho.
Em 1896, por iniciativa do Barão Pierre de Coubertin, as Olimpíadas voltaram a ser realizadas. Este mês estão ocorrendo as Olimpíadas de Inverno em Bejing, China, e a data celebrada hoje é uma boa lembrança sobre a importância dos atletas profissionais.
Os Jogos Olímpicos Beijing 2022 começaram dia 4 de fevereiro. Ao todo, são 11 atletas defendendo as cores do Brasil em 5 categorias, na competição que se estende até o dia 20 deste mês.
Superando barreiras
Entre 4 e 13 de março é a vez dos Jogos Paralímpicos. O time Brasil será composto de seis competidores, em duas categorias. É um recorde, sendo que o número dobrou em relação às últimas edições (Sochi 2014 e PyeongChang 2018), quando havia três brasileiros.
É inerente ao atleta profissional a necessidade de superar barreiras. Quando são paratletas, os obstáculos são maiores ainda. Por isso, no Dia do Atleta destacamos os brasileiros convocados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN):
Aline Rocha
Modalidade: Para Ski Cross Country, classe LW11 (sitting)
Natural de Pinhão (PR), Aline ficou paraplégica após sofrer um acidente automobilístico aos 15 anos. Iniciou a prática no Para Ski Cross Country em janeiro de 2017. No ano seguinte, em 2018, tornou-se a primeira mulher do país a competir em uma edição dos Jogos Paralimpícos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Antes, em 2016, Aline participou dos Jogos Paralimpícos Rio 2016. Ela competiu em corridas de cadeira de rodas: 1.500 m e maratona.
Principais resultados: 15º lugar nos 12 km, 12ª colocada nos 5km e 13º lugar no revezamento, com Cristian Ribeira, nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pyeongchang 2018; nona colocada nos 1.500 m nos Jogos Paralimpícos Rio 2016; décima colocada na maratona nos Jogos Paralimpícos Rio 2016; tetracampeã da prova de cadeirantes da São Silvestre; bronze na Copa do Mundo de Vuokatti, em 2018; bronze na Copa do Mundo de Planica, em fevereiro de 2021; quarta colocada na Maratona de Boston em 2018.
Cristian Ribera
Modalidade: Para Ski Cross Country, classe LW11 (sitting)
Nascido em Cerejeiras (RO), Cristian sobre com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades. Em busca de tratamento, mudou-se muito jovem de Rondônia para São Paulo. Começou no esporte 15 anos, quando foi o atleta mais jovem a participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno Pyeongchang 2018. Já passou por 21 cirurgias para a correção das pernas. Hoje, além do Para Ski Cross Country, também faz natação, atletismo e anda de skate.
Principais resultados: Sexto colocado nos Jogos Paralímpicos de 2018 (melhor resultado do Brasil na história do megaevento); bronze na Copa do Mundo de Vuokatti 2018; duas vezes medalha de prata na Copa do Mundo de Finsterau, em 2020; vice-campeão Geral no Circuito de Copas do Mundo 2019/20.
Guilherme Cruz Rocha
Modalidade: Para Ski Cross Country
De Jundiaí (SP), Guilherme teve a perna amputada em um acidente de motocicleta. Ele descobriu a modalidade em 2017.
Principais conquistas: Oitava colocação em uma prova de sprint na Copa do Mundo de Planica, na Eslovênia, em março de 2021
Robelson Moreira Lula
Modalidade: Para Ski Cross Country
Paraibano de Juru, Robelson teve um câncer na perna aos 12 anos de idade, que acabou resultando na amputação do membro inferior direito acima do joelho. Em São Carlos (SP), onde reside há 10 anos, começou no esporte. Tentou a iniciação na natação, mas migrou rapidamente para o handebol em cadeira de rodas e atletismo. Em 2018, conheceu o Para Ski Cross Country, modalidade pela qual disputou a Copa do Mundo no mesmo ano, em Vuokatti, na Finlândia.
Principais resultados: Atleta revelação da temporada 2018-2019; atual líder do ranking do Circuito Brasileiro de Para Rollerski; campeão da etapa brasileira de curta distância de Para Ski Cross Country em 2019.
Wesley Vinícius dos Santos
Modalidade: Para Ski Cross Country
Outro atleta natural de Jundiaí (SP), Wesley tem uma lesão medular causada por acidente sofrido aos 6 anos de idade.
Principais resultados: 18º lugar na prova short distance na Copa Europa, em Vuokatti, na Finlândia (2021); 8ª colocação na prova long distance na Copa Norte-Americana, em Bozeman, nos EUA (2021).
André Arenhart Barbieri
Modalidade: Para Snowboard, classe SBLL1
Gaúcho de Lajeado, em 2011, André quebrou o fêmur da perna esquerda após cair enquanto praticava snowboard, em Mammoth Mountain, na Califórnia (EUA). Depois de quatro operações em cinco dias para reconstruir sua perna, o membro afetado precisou ser amputado. Após a amputação, André chegou a disputar provas de triatlo e surfe adaptado até descobrir o snowboard paralimpíco.
Principais conquistas: Medalha de prata e bronze na etapa de Big White (Canadá) da Copa Norte-Americana de Snowboard. Participações em etapas da Copa do Mundo em Landgraaf (Holanda) e em Pyha (Finlândia).
* Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro