A etnia yugur tem aproximadamente 17 mil membros, majoritariamente budista. Também são chamados de “yugures amarelos” e não devem ser confundidos com os Uigures, uma etnia muçulmana que reúne mais de 10 milhões de pessoas.
A grande maioria dos yugur vivem no condado autônomo de Sunan Yugur, província de Gansu. Além de mandarim, os yugur falam turco e mongol.
Acredita-se que os yugur sejam descendentes das antigas tribos nômades oyugures, que viviam no vale do rio Erhun durante a Dinastia Tang (618-907). Em meados do século IX, os antigos oyugures começaram a se mover para o oeste em grupos separados. Um desses grupos foi para a região onde hoje é a província de Gansu, onde ficaram sob o governo de um antigo governo tibetano.
Durante a Dinastia Song do Norte (960-1126), o Khan dos oyugures de Ganzhou frequentemente mandava enviados especiais à capital para apresentar tributo ao imperador. Somente em meados do século XI, o reino Xia Ocidental conquistou Ganzhou e derrubou o regime oyigur. Em 1227, os mongóis conquistaram o reino de Xia Ocidental e dominaram os oyugur. Os governantes Ming (1368-1644) fizeram com que muitos dos yugur fossem para o leste, por conta de instabilidade do domínio das fronteiras.
Os yugur historicamente se dedicavam à agricultura e pecuária, além da caça. Uma forte influência religiosa dominou área habitada pelos yugur durante as dinastias Ming e Qing. Assim, cada tribo tinha seu próprio mosteiro.
Em 1954, o condado autônomo de Sunan Yugur e o município autônomo de Jiuquan Huangnibao Yugur foram estabelecidos. A ação do governo marcou o início de um novo período de progresso cultural e crescimento económico da etnia.
Cultura
Os yugur possuem uma rica tradição literária transmitida oralmente, como lendas, contos populares, provérbios e baladas. As canções folclóricas têm melodias simples, mas graciosas e vívidas.
Outro aspecto de sua cultura é a maneira peculiar de se vestir. Como muitos são criadores de ovelhas, muitas das suas peças são feitas de lã. A vestimenta típica do homem é composta por chapéu de lã arredondado, uma veste longa de gola alta abotoada à esquerda, cinto colorido e botas de cano alto. As mulheres penteiam o cabelo fazendo pequenas tranças. Também costumam usar um chapéu alongado, de feltro branco, com duas linhas pretas na frente e bordas vermelhas. (Vide imagem acima)
As mulheres do povo yugur são costureiras talentosas, tecendo belos padrões em bolsas e tapetes de lã. Desenhos vivos em cores harmoniosas de imagens da natureza são tecidos em golas, mangas e botas de vestes femininas. Padrões geométricos feitos de contas de coral, conchas do mar e lascas de pedras verdes e azuis, além de fios de seda em cores brilhantes, são usados como enfeites de cabelo.
Assim como outras etnias, manter a tradição é um desafio para os yugur, diante da rápida urbanização. Muitos deles hoje trabalham em fábricas de máquinas agrícolas, indústrias de carpetes, processamento de alimentos e mineração de carvão.