Localizada no coração da Manchúria, no nordeste da China, a província de Liaoning, combina uma história milenar com uma economia industrial vital para o país. Com 42,5 milhões de habitantes, é a menor, porém mais populosa da região, fazendo fronteira com a Coreia do Norte e banhada pelo Mar Amarelo. Seu nome, derivado do Rio Liao e da palavra “Ning” (paz), reflete uma trajetória marcada por conflitos e transformações.
História: Da Antiguidade aos Qing
A região, conquistada pelo Estado de Yan em 300 a.C., foi palco de disputas entre impérios-. No século V, sob domínio de Goguryeo, e posteriormente das dinastias Tang e Mongol, Liaoning tornou-se estratégica para o controle do nordeste asiático. A Dinastia Ming (1368-1644) ergueu a Muralha de Liaodong, uma barreira defensiva contra invasões do norte, mas fracassou em conter os Jurchens, antecessores dos Manchus, que dominaram a área no século XVII.
Sob a Dinastia Qing (1644-1912), Liaoning levou a maior parta de seus habitantes. O século XX trouxe turbulências: Liaoning foi cenário da Batalha de Mukden (1905), a maior da época, e só foi oficializada como província em 1954, após a Guerra Civil Chinesa.
Economia: Do Aço à Revitalização
Pioneira na industrialização chinesa, Liaoning foi impulsionada por investimentos nas décadas de 1950-60. Cidades como Anshan, polo siderúrgico, e Shenyang, capital com o movimentado porto de Dalian, sustentam sua economia. Em 2017, seu PIB atingiu 2,39 *trilhões* de yuans (14º no ranking nacional), impulsionado por indústrias pesadas:
- Petroquímica
- Metalurgia
- Telecomunicações
- Maquinário pesado
Apesar da dependência de indústrias tradicionais e da concorrência tecnológica, a província se destaca no nordeste (Dongbei), superando Jilin e Heilongjiang. Seu eixo Shenyang-Dalian é vital para escoar produção, enquanto reservas de minérios, gás e petróleo alimentam o mercado interno.
Com a China avançando rapidamente em setores de alta tecnologia, Liaoning mantém seu papel como fornecedor de matérias-primas, equilibrando tradição e inovação. Sua história, escrita em muralhas e campos de batalha, agora se redefine nas linhas de produção e nos portos que conectam a China ao mundo.
Turismo
1. Palácio Imperial de Shenyang
No coração de Shenyang, capital da Liaoning, ergue-se o Palácio Imperial de Shenyang, um tesouro arquitetônico que rivaliza com a Cidade Proibida de Pequim em importância histórica. Construído em 1625 por Nurhaci, fundador da Dinastia Qing, o complexo mistura estilos manchus, han e tibetanos, com telhados dourados, esculturas de dragões e pátios amplos. Declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2004, o palácio abriga mais de 300 salas, incluindo o Salão Dazheng, onde imperadores planejavam conquistas militares.
2. Parque Nacional Qianshan
A 17 km de Anshan, o Parque Nacional Qianshan (“Montanha dos Mil Lótus”) é um santuário natural que une budismo, taoismo e paisagens deslumbrantes. Com mais de 900 picos que lembram pétalas de lótus, a área abriga templos centenários, como o Templo Xiangyan, escondido entre pinheiros, e a Estátua Gigante de Mañjuśrī (Bodhisattva da Sabedoria), de 70 metros, uma das maiores do mundo.
3. Grande Muralha de Hushan
Na fronteira com a Coreia do Norte, em Dandong, a Grande Muralha de Hushan desafia a narrativa de que a Muralha termina no mar. Restaurada na década de 1980, essa seção de 1.200 metros marca o início oriental da estrutura milenar. Suas torres de vigia oferecem vistas panorâmicas do rio Yalu e da cidade norte-coreana de Sinuiju.