A gigante chinesa Cofco, ligada à maior empresa de alimentos da China, Cofco Corporation, começou a construir apiários ao redor de seus canaviais como forma de proteger as abelhas. Os insetos são exemplos de polinizadores que estão sendo afastados das plantações por causa do uso pesado de pesticidas, e sua ausência traz grandes prejuízos.
Uma pesquisa conduzida por cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Suécia e publicada na revista científica “The Royal Society” relatou que algumas áreas agrícolas foram feridas devido à falta de abelhas nas plantações. Entre os alimentos reduzidos estão maçãs, cerejas e mirtilos.
O plano começou em 2016, a partir do treinamento dos apicultores identificados pela empresa. A solução encontrada para resolver a questão da pulverização de pesticidas e proteger as abelhas foi usar a tecnologia de vigilância por satélite. O sistema pode identificar a colmeia e alterar a rota do plano de pulverização para evitar as áreas.
O projeto da Cofco foi visionário: um ano depois de seu início, a primeira abelha foi adicionada na lista de espécies ameaçadas nos Estados Unidos: o zangão. Pelas últimas duas décadas, o macho sofreu uma redução de 87%. Cientistas estimam que três quartos das culturas alimentares do mundo podem ter prejuízo devido a redução de abelhas nos campos agrícolas.
Rachel Winfree, ecologista da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, disse em nota que, dentre as 131 colheitas analisadas, as que continham mais abelhas tiveram uma produção significativamente maior. Os pesquisadores ainda ressaltaram que as abelhas selvagens são polinizadores mais eficazes do que abelhas comuns, embora ambas estejam em declínio.