A etnia jing é bem pequena, reunindo cerca de 23 mil pessoas. Eles são um dos menores grupos étnicos do povo chinês.
Vivem em comunidades compactas, principalmente nas ilhas de Wanwei, Wutou e Shanxin, no Condado Autônomo Multiétnico de Fangcheng, Região Autônoma de Zhuang de Guangxi, perto da fronteira com o Vietnã.
Situado ao longo da costa sul da China, essa comunidade única preservou a suas tradições culturais durante séculos.
Os jing habitam uma região de clima subtropical, com muita chuva, o que facilita a agricultura. O Golfo de Beibu, na região sul, é uma rica área de pesca. Das mais de 700 espécies de peixes encontradas lá, pelo menos 200 são de grande valor econômico e alta produtividade. O local também produz pérolas, com grande valor comercial.
Entre as culturas, estão arroz, batata-doce, amendoim, taro e milho, e frutas como mamão, banana e longan. Os depósitos minerais no território jing incluem ferro, monazita, titânio, magnetita e sílica.
O principal registro da língua jing chama-se “Zinan”, escrito no final do século XIII, contendo canções tradicionais e escrituras religiosas. A maioria dos jing atualmente fala cantonês.
História
Acredita-se que os ancestrais dos jing migraram do Vietnã para a China no início do século XVI. Eles mantiveram as tradições da vida insular, preservando a sua língua, costumes e modo de vida tradicional.
Seu idioma tem bastante semelhança com o vietnamita. A língua jing pertence à família linguística Tai-Kadai. Porém, a maioria deles fala o mandarim.
Culinária
Um aspecto distintivo dos jing é sua culinária, que reflete o seu estilo de vida costeiro, influenciado pela abundância pelos frutos-do-mar. Peixes, camarão, caranguejo e mariscos são a base da gastronomia jing, preparados com ervas e temperos locais exclusivos.
Um dos pratos mais famosos é o “Arroz das Três Delícias”, feito com arroz glutinoso, carne de porco, camarão e vegetais cozidos.
Os jing também mantêm a tradição de fazer “zongzi”, de bolinho de arroz envolto em folhas de bambu, popular entre os chineses durante o Festival do Barco-Dragão. Os bolinhos são recheados com diversos ingredientes, como carne, feijão e castanhas.
Festivais e Celebrações
Um dos aspectos mais distintos da cultura jing são os seus festivais, que estão profundamente ligados à sua ligação com o mar e a natureza. O festival mais significativo para o povo Jing é o chama-se Ha, celebrado anualmente no sexto mês lunar. Ele é marcado por diversas atividades, como corridas de barcos-dragão, canto e dança.
O Festival Ha também é um momento para a comunidade Jing homenagear os seus antepassados, rezar pela boa sorte e celebrar a sua herança marítima.
Durante os dias da festa, as famílias reparam comidas tradicionais e participam de atividades comunitárias. As corridas de barcos-dragão simbolizam a união e o espírito competitivo da comunidade. Seus barcos coloridos, adornados com desenhos intrincados que lembram o animal mitológico, andam rapidamente pela água enquanto os espectadores torcem pelas equipes de remadores.
A música e a dança são parte integrante da cultura jing, um meio de preservar a sua história e expressar a sua identidade. Costumam usar instrumentos como a cítara chinesa, a flauta de bambu e o tambor. Suas canções muitas vezes narram contos do mar, histórias de amor e acontecimentos históricos, que foram transmitidos de geração em geração.
As danças Jing são cativantes, frequentemente realizadas durante festivais e celebrações públicas. Uma das danças mais marcantes é a “Xianmu”, uma dança tradicional que imita os movimentos dos peixes e dos pescadores. Os dançarinos vestem fazendo movimentos alegres e ritmados.
Veja como é o festival Ha