A emergência global de saúde pública criada pelo avanço da pandemia do novo coronavírus acelera o volume de teste clínicos dos efeitos de medicamentos já existentes para diferentes tratamentos. Todos os testes clínicos com medicamentos que estão em desenvolvimento no mundo estão no site Clinical Trials.  Saiba quais substâncias alguns países têm pesquisado para tratar pacientes com sintomas da COVID-19.

Hidroxicloroquina/Cloroquina

A substância é fonte de muitos debates acerca de sua eficácia contra os sintomas da COVID-19. Além do tratamento da malária, o remédio é indicado também para tratamento da artrite reumatoide, lúpus eritematoso, afecções dermatológicas e reumáticas. As discussões começaram a partir da divulgação de resultados enganosos sobre um estudo realizado com na França que afirmou que 100% dos pacientes contaminados ficaram curados após seis dias de tratamento com a medicação. A pesquisa foi amplamente comentada e divulgada pela Fox News e pelo empresário Elon Musk, o que iniciou a propagação de desinformação até chegar ao presidente dos EUA.

Donald Trump anunciou a eliminação de barreiras burocráticas para acelerar a liberação da hidroxicloroquina. O governo brasileiro também fala com entusiasmo sobre os resultados da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento de pacientes com o COVID-19, mas as declarações causaram uma corrida às farmácias, esgotando estoques e deixando pacientes que fazem tratamento continuado com a medicação sem o produto.

Além dos dois países citados, outros também possuem estudos em andamento sobre a substância, como China, Vietnã, Israel, Polônia, França, Canadá, Dinamarca, Egito, Espanha, México, Noruega, Itália e Tailândia.

Plasma sanguíneo

O procedimento consiste em colher de pessoas que se curaram da doença essa parte do sangue que contém os anticorpos. Depois, o plasma é transferido para a corrente sanguínea de pacientes com sintomas graves da COVID-19.

Entre os países que já aplicam o tratamento estão China, Brasil, EUA. Ainda fazem testes sobre a eficácia do procedimento Bélgica, Egito, Colômbia, México e Itália.

Um grupo de cientistas chineses isolou anticorpos que diz serem “extremamente eficientes” para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas células, o que pode ser útil tanto para tratar como para prevenir a COVID-19. Atualmente, as equipes médicas da China utilizam o plasma sanguíneo de pessoas curadas da doença, mas o tratamento é limitado pelo tipo de sangue.

Remdesivir

Alguns países que conduzem pesquisas com o Remdesivir comparando seus efeitos em pacientes em estado grave e moderado. Entre eles, a China, a Espanha e os EUA. O medicamento desenvolvido pela empresa farmacêutica estadunidense Gilead para tratar o ebola ainda está em fase experimental.

Favipiravir

O grupo japonês Fujifilm iniciou um estudo clínico para testar a eficácia de seu medicamento antigripal Avigan (favipiravir) no tratamento de pacientes afetados pelo novo coronavírus, após resultados promissores de pesquisas na China com o produto. De acordo com as autoridades chinesas, o favipiravir permitiu reduzir o tempo de cura de pacientes com coronavírus. O teste acontecerá com 100 pacientes até o fim de junho em Tóquio. A Tailândia também tem testes em andamento com a substância.

Lonapir/Ritonavir

Entre os medicamentos testados contra a pandemia, um dos mais conhecidos no Brasil é o Lopinavir/Ritonavir. Ele foi muito popular no país até os anos 1990, pois fazia parte do coquetel usado para tratar o HIV. São chamados pelo nome de kaletra. A combinação chegou a ser testada por pesquisadores da China, EUA e Reino Unido para tratar alguns pacientes com COVID-19, mas os resultados não se mostraram eficientes e algumas pessoas precisaram interromper o tratamento por conta de efeitos adversos.

Entre os países que também testam a combinação estão Coreia do Sul, Arábia Saudita, Canadá e França,

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz constatou que outra medicação utilizada no tratamento de pacientes com HIV, o atazanavir, foi capaz de inibir o potencial de contaminação do novo coronavírus e ainda minimizar os efeitos da doença no organismo. Os resultados alcançados apontam que o remédio foi capaz de reduzir a produção de proteínas ligadas ao processo inflamatório, causado pela COVID-19 nos pulmões e, portanto, diminuir o agravamento do quadro clínico da doença. Os pesquisadores também estão investigando o uso combinado do atazanavir com o ritonavir.

Carrimicina

A substância tradicionalmente utilizada para o tratamento de infecções bacterianas está em uso no tratamento de sintomas da COVID-19 pela China.

Interferon Alfa 2B

Testes preliminares do antiviral e antineoplásico usado no tratamento de hepatite e câncer feitos por Cuba mostraram a cura de cerca de 1.500 pacientes com sintomas da COVID-19, e o estudo mostra que o medicamento repõe as defesas naturais do organismo contra o vírus.

Nivolumab

O Nivolumab é usado em imunoterapias para o tratamento de câncer. O medicamento é considerado um ótimo estimulador do sistema imunológico. Pesquisadores franceses estão testando o produto clinicamente para entender sua eficácia no tratamento de pacientes da COVID-19.

Azitromicina

A substância indicada no tratamento de infecções causadas por bactérias no trato respiratório inferior está em estudos com pacientes nos EUA, no Paquistão, no Brasil, na Dinamarca, na Turquia, no Canadá, na Colômbia, no Egito, no México e na Austrália.

Mesilato de nafamostato

Pesquisadores da Universidade de Tóquio acreditam que um remédio usado para pancreatite aguda, o mesilato de nafamostato, pode evitar que o vírus se replique no organismo e cause as condições respiratórias características da COVID-19. Eles pretendem fazer testes clínicos, com humanos, neste mês.

Tocilizumabe

O medicamento é indicado para o tratamento de artrite reumatoide ativa, moderada a grave em pacientes adultos. Estudos clínicos estão em andamento com pacientes na Itália, nos EUA, na Espanha, na Suíça, na França, na Grécia, na China, Bélgica e Dinamarca.

 

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O Ibrachina reforça que o uso indiscriminado de medicamentos pode causar efeitos colaterais graves. Caso sinta algum dos sintomas relacionados à COVID-19, procure ajuda profissional.

 

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