O Dia do Folclore é uma data celebrada internacionalmente em 22 de agosto. Foi nesse dia, no ano de 1846, que a palavra inglesa folklore foi utilizada pela primeira vez.
O autor do termo é o escritor inglês William John Thoms, que reuniu “folk” (popular) com “lore” (cultura, saber) buscando uma definição para os fenômenos culturais das culturas populares. Segundo ele, a ideia era um termo para definir o “saber tradicional de um povo”.
O folclore, também chamado de cultura popular, é parte importante do imaginário de um povo, ajudando a explicar as tradições e costumes. Existem muitos estudos de antropólogos e folcloristas sobre como lendas, poemas, músicas, danças, vestes e comidas típicas ajudam na formação de uma identidade nacional.
O folclore brasileiro é muito rico, tendo se formado a partir da influência de culturas de diversos povos indígenas, povos africanos e dos europeus, em especial dos portugueses.
Por sua vez, o folclore chinês é milenar, com tradições que mesclam elementos culturais e religiosos, influenciado por mitos e lendas de tempos imemoráveis.
Existem alguns aspectos culturais que já se mostraram universais. Mesmo Brasil e China sendo tão distantes geograficamente, ambos possuem elementos folclóricos que guardam semelhanças. Por exemplo, a associação de animais míticos com elementos da natureza. Sem intenção de comparar, destacamos dois seres lendários que guardam semelhanças entre si, um bem brasileiro e outro extremamente popular na China.
Dragão Chinês
Na China, o dragão, ou lung, tem uma variedade de significados, sendo uma entidade que reflete vários simbolismos e se tornou o símbolo do país. Do ponto de vista da cultura popular, personifica a própria natureza. Sendo representado de diferentes formas, a mais comum é com um corpo esguio lembrando uma serpente. Diferentemente dos dragões ocidentais, o dragão chinês não tem asas.
Ele tem domínio sobre os elementos da natureza, em especial nas águas onde viveria e também cospe fogo. As tradições dizem que pode mudar de cor e transmutar-se em outros animais ou mesmo em forma humana.
Boitatá
A palavra Boitatá, em língua Tupi-Guarani, teria vindo da junção de “mbai” (cobra) e “tata” (fogo). Esse animal mítico teria origem na cultura indígena e seria uma cobra de fogo que protege a natureza.
Segundo alguns folcloristas, os negros africanos trouxeram suas crenças para o Brasil. Eles falavam sobre uma entidade que habitava as águas profundas, cujo nome seria “Bia tatá”. Possivelmente, a lenda brasileira é uma amálgama de ambos.
Há variação em sua história, sendo que a mais comum descreve o boitatá como uma imensa cobra de fogo que vive nos rios e sai no momento que há invasores nas florestas para queimá-los.