Nathália Araújo
Com o intuito de identificar o perfil produtivo e as potencialidades do Sudoeste Mineiro, o Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina) firmou uma parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), unidade Passos. Para isso, foram selecionados 20 projetos de pesquisa, remunerados, que já estão em fase desenvolvimento junto aos alunos e professores da instituição, sendo que, até o fim do ano, deve ser publicado um livro reunindo todos os estudos.
“É muito importante que a universidade participe de projetos como este, que busca integrar vários conhecimentos em diversas perspectivas. Nossa produção científica é alta, temos estudos desenvolvidos nas mais diferentes áreas e, a partir da relação com o Ibrachina, fomos pautados a encontrar temas específicos para produzir o material. Para a academia em geral, é uma honra estar em parceria com um instituto como este, que valoriza os campos de estudos como um todo”, disse Itamar Teodoro de Faria, diretor acadêmico da Uemg, unidade Passos.
De acordo com Thomas Law, presidente do Ibrachina, a troca de experiências internacionais pode atrair a atenção de empresários de todo o mundo, de modo capaz de contribuir com o desenvolvimento da economia mineira. “Nosso principal objetivo é apresentar estudos respaldados e fundamentados, com inúmeros capítulos e artigos, além de dados inéditos sobre temas que devem ser trabalhados. Na minha qualidade de professor, acredito muito na pesquisa e, com dados técnicos isso pode impulsionar o crescimento do Brasil, utilizando as potencialidades do país”, salientou.

Em Passos, quem está a frente dos projetos são os professores doutores Bruno Silva Pires e Frederico Daia Firmiano, que também contam com o apoio de outros membros do corpo docente dos cursos de graduação e mestrado. Após a chamada, o grupo analisou e selecionou os projetos que seriam desenvolvidos, de modo capaz de abranger as mais diversas áreas de estudos representadas na instituição; trabalhando temas como as condições de trabalho dos chineses na região, comércio de café, o perfil demográfico e a expansão urbana dos municípios do Médio Rio Grande, observação de aves na Serra da Canastra, unidades de conservação e patrimônio histórico e retratação socioespacial e segregação no município de Passos.

“O número de inscrições foi muito grande e isso indica um ótimo engajamento por parte dos estudantes com as atividades de pesquisas, as quais são desenvolvidas em alto nível em nossa unidade. Por conta da pandemia do novo coronavírus, temos muitas limitações, já que seguimos todos os protocolos de segurança sanitária, mas ainda assim, nos esforçamos muito para que as pesquisas sejam realizadas da melhor forma possível e contamos com o apoio da coordenadoria geral de extensão. Este é um trabalho de pesquisa bastante vasto e heterogêneo, que estabelece relações de cooperação com o Ibrachina, e este tipo de atividade se faz muito importante no âmbito acadêmico”, contou Frederico.

Estudantes

Mais de 30 alunos, bolsistas e voluntários, participam do projeto financiado pelo Ibrachina, como é o caso de Maristella Rossi Tomazeli, estudante do curso de Direito, que afirma que o projeto em questão abriu inúmeras possibilidades de estudos, tanto no que se refere às pesquisas e coleta de dados, quanto às análises sobre a região. “No meu caso o estudo é voltado ao retrato social e a segregação socioespacial de Passos, o que acredito ser de extrema importância, uma vez que descreve a necessidade de entender quais são os principais índices segregacionistas da cidade e auxiliar na mitigação dos problemas que favorecem a desigualdade social. Assim, a gestão municipal pode utilizar o material para criar políticas que melhorem tais condições”, explicou.

UFV

Buscando resultados específicos sobre cada região do estado, o Ibrachina realizou outro projeto de mesmo caráter, em parceria com a Editora D’Plácido e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), unidade Rio Paranaíba, resultando no lançamento da obra “Perfil Produtivo e Potencialidades do Alto Paranaíba”, a qual destaca acerca do agronegócio no Brasil e no mundo. A pesquisa foi coordenada pelos professores Fábio André Teixeira e Ricardo Martins da Costa e aborda temas como as relações comerciais entre o Brasil e a China, assim como a importância de tal movimentação para o Produto Interno Bruto (PIB) e seu impacto no superavit da Balança Comercial do país.
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