Após fazer apresentações em Brasília e na cidade de São Paulo, a Companhia de Ópera Wu de Zhejiang levou a beleza da cultura chinesa para Campinas. A peça de teatro, que reúne atuação, acrobacias e música tocada ao vivo com instrumentos tradicionais, lotou o Teatro Municipal Castro Mendes nesta quarta-feira, às 19h.
O evento fecha a Temporada Cultural da China no Brasil, que atraiu milhares de espectadores aos shows de artistas chineses.
A peça “Um Passeio na Tradição: Vislumbres da China”, da Ópera Wu, mostra uma coletânea de histórias da cultura chinesa. A performance teatral faz parte das comemorações do aniversário de 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China.
Estavam presentes diversas autoridades, incluindo a Secretária de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, professores da Unicamp e professores do Instituto Confúcio da Unicamp.
Thomas Law, presidente do Ibrachina, falou sobre o evento em Campinas e fez um balanço das apresentações da Temporada Cultural. “Fechamos com chave de ouro. Esse grupo de artistas que vieram diretamente da China para o Brasil deram um grande espetáculo nesta noite para a população aqui de Campinas”, ressaltou.
“Nossa avaliação é que a Temporada Cultural da China no Brasil foi um sucesso, proporcionando ao público uma imersão na cultura chinesa. Agradecemos a todos os patrocinadores e apoiadores que ajudaram a fazer esse intercâmbio entre dois grandes países: Brasil e China”, destacou.
Na avaliação da secretária Adriana Caprioli, a apresentação da Ópera Wu em Campinas foi importante para a integração cultural dos dois países. “Com muita alegria recebemos esse lindo espetáculo, que foi um presente para Campinas. É uma grande oportunidade de integração cultural e conhecemos mais da arte milenar chinesa”, finalizou.
Vários shows em um só
O espetáculo da Ópera Wu, na verdade, é como vários em uma só performance, composta de 11 atos, mesclando teatro, música, dança, acrobacias e movimentos de artes marciais. Parte da trilha sonora é executada ao vivo, com instrumentos como suoná e huihu.
Nessa experiência cultural, o folclore do país asiático ganha vida em interpretações emotivas. Os figurinos são um show à parte, com seu significado histórico e cores vibrantes. Também cativou o público as impressionantes mudanças de máscaras. Como num truque de mágica, são feitas sem que o artista toque no rosto.
Fundado em 1956, o grupo já se apresentou em 51 países, sendo uma das principais formas teatrais de Zhejiang, com uma história de mais de 500 anos.
Caracterizada por música melodiosa e performances emocionantes que retratam a vida real, é um patrimônio cultural intangível nacional desde 2008. Suas apresentações incluem a vibrante dança do Dragão de 9 Segmentos e trechos tradicionais, destacando a rica tradição e habilidades dos artistas, além de músicas de instrumentos tipicamente chineses.
Veja como foi
Programa:
- O dragão de nove peças – Nove bailarinos sustentam um dragão, símbolo de prosperidade e sabedoria. Ele serpenteia no palco, com uma coreografia repleta de saltos, giros e acrobacias.
- A donzela celestial espalha flores – Uma criatura celestial enviada por Buda espalha flores sobre a humanidade. A performance inclui a “dança da faixa de seda”.
- Sanchakou – Um general injustamente exilado procura refúgio numa pousada. No meio da noite, um herói chega para resgatá-lo, mas o dono da pousada o confunde com um inimigo e o enfrenta.
- A Ninfa de Sizhou – Um ser maligno aterroriza a cidade de Sizhou até ser confrontada pelo lendário Rei Macaco e seu exército celestial.
- Solo de huihu – É um instrumento de cordas friccionadas, com mais de 200 anos de história. Essa apresentação demonstra a riqueza e a complexidade da música tradicional chinesa.
- Interação: Ópera-Pop – Combinando elementos da ópera chinesa com a música pop contemporânea, mescla técnicas de canto e melodias tradicionais com ritmos modernos.
- Solo para suoná: Colhendo tâmaras – O suoná é uma espécie de trombeta conhecida por seu som vibrante e emotivo.
- A liteira nupcial – Uma comédia que mostra a viagem de uma noiva em sua liteira, carregada por quatro homens. Entediados, os carregadores resolvem pregar uma peça nela. Irritada, ela arquiteta sua vingança.
- Lü Bu doma o corcel – Um general recebe um lendário corcel de presente. Ele leva suas tropas a uma planície para testar as habilidades do animal arredio.
- Bloqueando os cavalos – Um mal-entendido leva a um combate feroz, onde os guerreiros demonstram seu domínio das artes marciais com técnicas complexas e acrobacias.
- O Rei Macaco agita a primavera – Uma exibição de acrobacias e artes marciais. Enquanto manejam suas armas, os macacos executam saltos e movimentos corporais complexos. A
Patrocinadores
O evento é apresentado pelo Ministério da Cultura, pela Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e pela CPFL.
É organizado pela Embaixada da China no Brasil e pelo Consulado da China em São Paulo, com apoio do Chinese Bridge Club in São Paulo, State Grid, Delb e Prefeitura de Campinas.
É patrocinado pela CPFL Energia e do Bank Of China, através de financiamento da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e do Programa de Ação Cultural (PROAC).
É uma realização do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), da Cult SP, da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura.