O povo daur é uma etnia minoritária chinesa de ascendência mongol. Também conhecidos como dahur ou daqur, eles têm uma história milenar. Seu lar original são as áreas da Província de Heilongjiang, nordeste da China, e parte da Região Autônoma da Mongólia Interior.
Com uma população aproximada de 140.000 pessoas, os daur têm mantido suas tradições vivas. Sua cultura é rica e diversificada. As roupas típicas dos são conhecidas pela beleza e detalhes intricados. Bordados coloridos e padrões únicos são incorporados em suas vestimentas, tornando-as verdadeiras obras de arte.
Vivendo majoritariamente da agricultura, utilizam o “leleche”, uma pequena carroça com grandes rodas puxada por um boi. Os daur são conhecidos ainda por fazer carrinhos de mão “dagulu“ (que significa rodas grandes). Esses carrinhos de mão são muito famosos no norte da China.
A caça e a pesca são parte integrante da vida dos daur, e muito de sua culinária tradicional reflete essa conexão com a natureza. Pratos à base de carne, como o “Bife de Veados com Pó de Carvalho”, são apreciados por sua combinação de sabores.
História
Acredita-se que o povo daur descenda dos nômades Khitan, que fundaram a Dinastia Liao (916-1125). Eles originalmente habitavam a parte inferior do rio Heilong.
No início da Dinastia Qing (1644 e 1912), os daur tinham uma economia diversificada que incluía pesca, caça, agricultura e criação de gado. Eles trocaram peles por ferramentas de metal, tecidos e outros artigos com os seus vizinhos da etnia majoritária Han.
Durante o reinado do imperador Shun Zhi (1644-1662), muitos daur se mudaram para o sul e se estabeleceram nas margens do rio Nenjiang, de onde eram constantemente recrutados para servir nos exércitos dos imperadores Qing e em guarnições por todo o império chinês.
Cultura
Os daur são conhecidos por seus festivais alegres e celebrações comunitárias. O Festival da Primavera Daur, por exemplo, é uma ocasião especial em que homenageiam seus ancestrais e marcar a chegada do seu ano novo. Danças tradicionais, músicas cativantes e pratos saborosos fazem parte das festividades.
A música também é importante para os daur, que têm um rico repertório de danças folclóricas executadas durante os festivais. As mulheres participam do canto em grupo e tocam um instrumento musical chamado “mukulian”. Os homens tocam um instrumento semelhante.
A literatura folclórica Daur é baseada principalmente em observações da natureza, mas também contém uma riqueza de lendas e fábulas. Uma de suas histórias mais populares é chamada de “O jobem Stalwart e Dai Fu”. Ele fala das lutas dos daur contra a opressão dos governantes feudais nas últimas décadas do século 19.
Também são bem conhecidos os contos adaptados de romances clássicos chineses. As obras contemporâneas mais lidas são as de um escritor daur chamado Qin Tongpu, como “A Canção do Fazendeiro”, “Canção dos Pescadores” e “Canção dos Lenhadores”. Os daur amam a poesia, que eles compõem em várias formas únicas de versos. Nas longas noites de inverno também são animadas por literatura oral, enigmas e provérbios, além de artesanato, como fabricação de brinquedos, bordados e recortes de papel.