Habitando a região oeste da China, a etnia qiang tem uma influência ampla sobre o desenvolvimento da história e a formação da nação chinesa.
Atualmente são cerca de 400 mil habitantes, vivendo principalmente em áreas montanhosas, com abundância de rios e riachos, na Prefeitura Autônoma de Maowen Qiang, na província de Sichuan. Um pequeno menor vive em localidades como Wenchuan, Dali, Heishui e Songpan.
Eles ocupam terras férteis, de clima ameno e chuvas adequadas. As encostas das montanhas são boas para o cultivo da agricultura. Também há grandes reservas naturais na região, com animais raros como pandas-gigantes.
História
“Qiang” foi o nome dado ao povo nômade do oeste da China na antiguidade. Eles não eram então um grupo étnico distinto. De acordo com registros históricos, diversos clãs habitavam a região onde hoje é a província de Sichuan. A corte da Dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.), no século II, criou uma estrutura administrativa para a área. Entre os anos 600 e 900 d.C., o regime tibetano expandiu gradualmente o seu domínio sobre a região.
Os qiang foram assimilados pelos outros povos das montanhas, mas um grupo pequeno se consolidou como uma etnia distinta. Conhecidos por terem muitos cavalos, ervas medicinais e outros produtos agrícolas para comércio, eles eram vistos como importantes parceiros das outras etnias que habitam o oeste da China. Eles cultivam milho, cevada, batata, trigo e trigo-sarraceno, além de produzirem uma bebida parecida com vinho.
Segundo a tradição, por habitarem lugares muito altos, os qiang são chamados de povo nas nuvens”. Eles não possuem uma escrita própria. Sua língua ainda é preservada e pertence à família tibetano-mianmese do sistema sino-tibetano.
Estilo de vida
O povo qiang costuma viver em casas feitas de pedras empilhadas de diferentes tamanhos, com dois ou três andares. O primeiro andar é destinado a guardar os animais. O segundo é utilizado como quartos e o terceiro é para o armazenamento de grãos.
Eles têm grande habilidade para abrir estradas em penhascos rochosos e erguer pontes de bambu sobre rios. As pontes de correntes de bambu e madeira, estendem-se até 100 metros, com amarrações e sem o uso de pregos.
Os qiang criaram uma cultura e artes e ofícios únicos. Suas habilidosas mulheres fazem bordados com imagens intricadas. Os membros dessa etnia também são bons cantores e dançarinos. As danças “canção do vinho”, “canção do prato”, “canção da montanha” e “tambor de couro” com acompanhamento de gongos, pandeiros, sonas e flautas de bambu são populares.
Os qiang usam vestimentas tradicionais bem conhecidas. Homens e mulheres usam vestes feitas de tecido de aniagem, algodão e seda com jaquetas sem mangas de lã de ovelha. Eles gostam de amarrar os cabelos geralmente cumpridos.
As roupas femininas são rendadas e as golas decoradas com enfeites de prata em forma de ameixa. Usam sapatos de pontas afiadas e bordados, cintos e brincos, argolas no pescoço, grampos de cabelo, tudo feito de prata.
No vídeo abaixo, a repórter Fernanda, da Rádio China Internacional, mostrar como é a vestimenta: