O povo salar reúne aproximadamente 130.600 pessoas. Eles vivem principalmente no condado autônomo de Xunhua Salar e no condado autônomo de Hualong Hui, na província de Qinghai e no condado autônomo de Jishishan Baoan, Dongxiang e Salar na província de Gansu, oeste da China.
O região de Xunhua, onde reside o maior grupo dos salar atualmente, é uma área montanhosa situada ao longo das margens do Rio Amarelo, no sudeste da província de Qinghai. Embora tenha um clima ameno e terras férteis atravessadas por canais, é prejudicado pela insuficiência de chuvas.
História dos salar
A origem do povo salar é identificada com a migração de grupos da região de Samarcanda (atual Uzbequistão) na Ásia Central, durante a Dinastia Yuan (1271-1368).
Os membros da etnia salar são principalmente agricultores, cultivando trigo, cevada tibetana, trigo sarraceno e batatas. Como ocupações secundárias, dedicam-se à criação de gado, exploração de madeira, produção de sal e tecelagem de lã.
No final da Dinastia Yuan, a região habitada pelos salar foi dividida em duas áreas administrativas, os “oito gongs internos” de Xunhua e os “cinco gongs externos” de Hualong, durante o início da Dinastia Qing (1644-1911). Um “gong” incluía várias aldeias, equivalendo à unidade administrativa de município (xiang).
Cultura
Como os salar são majoritariamente muçulmanos, suas aldeias tinham mesquitas e sua cultura tem forte influência islâmica. A língua dos salar pertence ao ramo turcomano da família dos idiomas atléticos, sendo muito similar às línguas dos uigures e dos uzbeques, povos igualmente muçulmanos. Atualmente, a maioria dos salar também fala mandarim.
O povo salar tem uma tradição folclórica rica e colorida. Muitas das lendas e contos tradicionais lembram a coragem e sabedoria de um povo trabalhador e lamenta a vida difícil de suas mulheres no passado, além de exaltar a vitória contra a opressão feudal. O gênero típico de música folclórica é a “Hua’er (flor)”, uma canção entoada de maneira rápida e vibrante, com forte influência das músicas tibetanas. Eles também possuem muitos grupos de teatro amadores, de música e dança, que ajudam a preservar a cultura dos antepassados.
Por causa da influência religiosa islâmica, as mulheres salar usam lenços na cabeça e jaquetas pretas sem mangas sobre roupas em cores vermelhas marcantes. Eles são bons em bordar e costumam costurar flores de coloridas em fronhas, sapatos e meias. Os homens usam chapéus sem aba, preto ou branco, e usam casacos de pele de carneiro sem forro e roupas de lã no inverno.
Os jovens salar que vivem às margens do Rio Amarelo adoram nadar. Alguns dos costumes e hábitos dos salar mudaram ao longo dos anos como resultado do desenvolvimento social e econômico. A prática de abater gado em grande número para casamentos, funerais e festivais praticamente desapareceu.
As casas dos salar são construídas principalmente de madeira e barro, com telhado plano, cercadas por paredes de adobe nos quatro lados para formar um pátio. Dentro da casa, geralmente há peças de madeira esculpida, pois os homens salar são conhecidos como entalhadores habilidosos.
Conheça um pouco melhor o povo salar no vídeo abaixo (em mandarim com legendas)