O Festival do Barco-Dragão (Duānwǔ Jié, 端午节) é uma comemoração milenar. Acredita-se que surgiu há 2.500 anos, durante o Período dos Reinos Combatentes (402-221 a.C.). Originário de comunidades pesqueiras ao longo do rio Yangtze, no centro-sul da China, inicialmente era um ritual popular destinado a apaziguar os deuses da chuva, encorajar a chuva e celebrar o plantio de arroz no verão.

Desde 2008 é um feriado nacional, de três dias, onde muitos chineses participam de competições de remo (as corridas de barcos-dragão) e viajam. O Festival é celebrado no quinto dia do 5º mês do calendário lunar. Neste ano, comemora-se em 22 de junho.

Barcos-dragão são embarcações em que um grupo de remadores navega em sincronia.  Geralmente são feitos de madeira ou fibra de vidro.Existem vários tamanhos de barco-dragão. Os mais populares medem 30 pés e são para equipes de 10 remadores e 1 timoneiro e os de 40 pés, onde ficam 20 remadores e 1 timoneiro.

Um barco dragão é longo e estreito, com uma cabeça decorativa de dragão chinês, cauda e escamas impressas no casco. Durante as corridas, equipes remam em sintonia ao som de um tambor.

História da Corrida de Barco-Dragão

As corridas de Barco-Dragão começaram com agricultores chineses que desejavam evitar a má-sorte e provocar as chuvas que traziam prosperidade. O principal objeto de sua adoração era o dragão, por isso a forma do barco.

Lendas antigas dizem que tudo começou com Qu Yuan, um poeta que viveu no antigo reino de Chu, por volta do ano 300 a.C. Injustamente acusado de traição, Qu Yuan foi exilado e se jogou no rio Miluo quando soube que sua terra natal havia sido tomada pelo exército inimigo. Era o dia 5 do 5º mês lunar.

As corridas de barcos-dragão são uma forma lúdica de relembrar uma suposta tentativa de resgatar o poeta das águas. Diz-se que os aldeões saíram no rio com barcos e tambores para tentar resgatar seu corpo e jogaram bolinhos de arroz (zòngzi, 粽子) na água para evitar que os peixes comessem seu cadáver, mas não conseguiram encontrá-lo.

A lenda de Qu Yuan tornou-se uma história bem conhecida na China e em outros países asiáticos. Levadas por imigrantes, o Festival de Barco-Dragão tornou-se popular em várias partes do mundo.

Somente em 1976 é que as corridas de barcos-dragão foram revitalizadas, começando quando o governo de Hong Kong (então sob domínio britânico) começou a promover o esporte para impulsionar o turismo. Assim começou a era moderna da celebração. Em 1991, a Federação Internacional de Barcos-Dragão (IDBF) foi estabelecida junto com um conjunto de regras e regulamentos institucionais que regem o esporte. Agora, as corridas de barcos-dragão são praticadas em mais de sessenta países ao redor do mundo, incluindo a China, que possui 50 milhões de velejadores de dragão.

Sua importância cultural é tão grande que tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial Nacional da China em 2006, e passou a integrar a lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2009.

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