A parceria do Brasil com a China para o combate da pandemia causada pelo novo coronavírus tem dado muitos frutos. Por meio de acordos, troca de tecnologias e trabalho conjunto, o Instituto Butantã em São Paulo tem produzido em massa doses do imunizante Coronavac, criado pelo laboratório chinês Sinovac. Para o trabalho da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro, o envio de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) produzidos na China tem sido fundamental para a produção do imunizante da Astrazeneca.
Em dezembro, outro passo importante na cooperação sino-brasileira foi dado com o CAS-Fiocruz webinar on Infectous Diseases, que reuniu pesquisadores da Fiocruz e da Academia Chinesa de Ciências (CAS na sigla original) para a troca de informações sobre Covid-19, vacinas, zika, dengue e outras enfermidades comuns aos dois lados do globo.
O evento contou com a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e do vice-presidente da CAS, Zhang Yaping, com a mediação de Hua Xiang, vice-diretor-geral do Instituto de Microbiologia da CAS (IMCAS).
“O evento é um passo importante na implementação do Memorando de Entendimento assinado entre a CAS e a Fiocruz em 2018”, ressaltou Zhang. Nísia reforçou a importância da colaboração com a CAS, com o conjunto das instituições chinesas e com as embaixadas. Essa colaboração promissora já teria alcançado grandes resultados. “O enfrentamento dos desafios nos deixará legados de aprendizados e preparação”, disse, e valorizou a parceria ao lembrar que o IFA importado da vacina Astrazeneca é produzido pelo laboratório chinês Wuxi Biologics”.
O embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet de Mesquita, e o Ministro da Embaixada da China no Brasil, Jin Hongjun, celebraram o estreitamento das relações entre os países cada vez mais na área da saúde pública e da ciência.
Mesquita afirmou que a Diplomacia da Saúde é uma prioridade da atual gestão do Ministério das Relações Exteriores e que a cooperação entre Brasil e China, países com sistemas de saúde bastante desenvolvidos e grande capacidade científica e tecnológica, poderia fortalecer a ambos. Jin Hongjun, por sua vez, enalteceu o prestígio internacional tanto da CAS quanto da Fiocruz e reforçou a grande importância que a China atribui para a cooperação com o Brasil. Ele espera que a aproximação possa intensificar a produção de medicamentos, vacinas, biotecnologia e capacitação de recursos humanos.
Durante o evento, os programas de saúde dos dois países foram apresentados respectivamente pela representante da Aliança de Organizações Científicas Internacionais (Anso, na sigla em inglês), Zhongxiu Wang, e pela coordenadora-geral de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, Cristina Guilam.
Confira os detalhes no site da Fiocruz.