Na manhã desta segunda-feira, 25 de abril, foi realizado na sede do Ibrawork, o evento “São Paulo 2030: uma visão de futuro”, que discutiu as possibilidades de acelerar a transformação da capital paulista em uma smart city.
Promovido em uma parceria do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), com o Ibrawork, o painel teve apoio da APECC e do IBCJ. Diferentes especialistas puderam compartilhar suas experiências sobre o tema e ampliar o debate para os próximos passos.
O palestrante principal foi o espanhol Josep Piqué, presidente do La Salle Technova Innovation Park e da Triple Helix Association, responsável pela revitalização do distrito 22@ em Barcelona. Ele abriu evento falando sobre sobre os bons resultados alcançados na revitalização de sua cidade, uma das referências mundiais quando se fala em smart cities.
Em transformações especialmente desde os Jogos Olímpicos, em 1992, Barcelona é um exemplo de como uma cidade com características da sociedade industrial do século 19 pode abrigar um ecossistema de inovação característico da sociedade do conhecimento do século 21. E é justamente na inovação e no empreendedorismo que o projeto tem suas bases, envolvendo representantes de empresas, poder público, universidade e sociedade, conceito que leva o nome de “tríplice hélice”.
Em sua apresentação, Piqué destacou a importância do tripé talento, tecnologia e investimento para tornar as cidades mais inteligentes. No que diz respeito ao talento, é importante investir na geração, desenvolvendo meninas e meninos desde a educação; na atração, para que pessoas também venham de outras cidades; no retorno, trazendo de volta as pessoas que saíram para estudar ou trabalhar em outros lugares; e no desenvolvimento de talentos. O espanhol ressaltou que ao longo da vida as pessoas costumam se mudar de uma cidade para outra e refletiu sobre a escolha de uma cidade para a vida.
O especialista também destacou que a governança da cidade precisa ser maior que o governo. “É possível ter um grande acordo, desde que todos tenham uma visão do que almejam”, afirma o especialista. “Podemos ficar em nossas casas e esperarmos 2030 ou respondermos a esse chamado do Ibrachina e do Ibrawork e nos comprometermos.”
De olho em São Paulo
A inspiração nos resultados alcançados em Barcelona será fundamental para a revitalização do centro de São Paulo. Uma das ideias por aqui é atuar na área do Mercado Municipal. Por isso, o evento recebeu a apresentação do case do projeto Mercadão Smart Sky.
O projeto criou um “gêmeo digital” do Mercadão, ou seja, uma versão digital de toda a região. “Todos os dados coletados vão gerar um lastro para o metaverso. São 896 fotos geradas pela captação de 30 minutos do drone sobre o Mercado Municipal, que formam o desenho e formam várias camadas, possibilitando a gestão em tempo real do projeto”, afirma Chase Olson, CTO da Smart Sky.
O evento contou com a participação do poder público, representado por várias esferas governamentais e legislativas. Entre os convidados, estava Marcelo Ramos (PL-AM), presidente da Frente Parlamentar para o desenvolvimento de Cidades Inteligentes.
“As pessoas vivem nas cidades e no sistema federativo brasileiro as cidades são as que ficam com a menor parcela do bolo tributário. Nós temos um desafio, que é de prestar bons serviços com recursos escassos. Isso exige, acima de tudo, eficiência e cidades inteligentes têm tudo a ver com a eficiência das cidades, tem a ver com a prestação de serviços das cidades, com custos mais baratos. Não é só tecnologia, mas também capacidade de ouvir a população, dar soluções inovadoras na ocupação do espaço urbano e, principalmente, garantir mecanismos para que a população mais pobre tenha acesso às tecnologias que facilitem as suas vidas. Esse é o desafio que deve nos mover na construção de cidades inteligentes no Brasil”, afirma o deputado.
Ainda representando o poder público, o evento contou com a presença do secretário municipal de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo, Marcos Duque Gadelho, que representou o prefeito Ricardo Nunes. “Temos desafios muito grandes em uma cidade com 12,5 milhões de habitantes e esses desafios só podem ser atendidos na medida em que houver uma comunhão, uma conjunção de interesses e vontades. Temos que investir em escolas, formar mais quadros, dar acesso à juventude para o serviço público. Estamos convidando as universidades de São Paulo para que os conhecimentos que nós temos sejam aproveitados em seus cursos”, diz o secretário.
São Paulo é uma cidade com grande representatividade e com potencial de ser o centro de transformação de um super cluster de inovação. “Temos mais de 12 milhões de pessoas vivendo aqui e uma cidade que não foi projetada para isso. Esta agenda 2030 busca avanços em uma visão coletiva, tendo a capital paulista como o centro. Estou feliz por trazer esta provocação à sociedade e, principalmente, às iniciativas que precisam embarcar neste projeto conosco: poder público, iniciativa privada e universidades. Estamos satisfeitos por darmos este pontapé inicial com o reforço da visão de um especialista como Josep Piqué. Precisamos criar o futuro. Esta é uma missão coletiva com a qual nos comprometemos aqui”, comenta Thomas Law, presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e fundador do hub de inovação Ibrawork.
Estamos felizes por trazer um evento como esse para o Ibrawork. Transformar São Paulo em uma cidade inteligente passa pela renovação do centro. Para isso, precisamos de inovação, tecnologia e pessoas ocupando espaços de forma produtiva. E as startups, que fazem parte do nosso ecossistema de inovação, são fundamentais para acelerar esse processo”, afirma Tania Gomes Luz, head de inovação do Ibrawork.
Fernando Tohme, consultor Ibrachina e APECC para smart cities, enfatiza que “Foi muito rica a experiência de ter o Pique visitando o Mercadão e a região central da cidade de São Paulo”. Ainda segundo ele, “O processo de transformação do @22 pode ajudar muito a cidade nos próximos passos rumo as Smart Cities, tendo o cidadão como foco de suas ações. Nosso objetivo é construir pontes entres os atores para que ações concretas possam sair do papel”.
O evento também marcou a criação do Grupo de Trabalho São Paulo 2030 – Uma Visão de Futuro. Liderado pelo Ibrachina, contará com a participação de representantes dos poderes público, privado, da sociedade civil e universidades, tem o objetivo de continuar debatendo propostas e soluções para que a cidade de São Paulo se torne uma smart city, com foco na revitalização da região central.
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Sobre o Ibrawork
O Ibrawork é um centro de inovação aberta em São Paulo com foco em smart cities e soluções que transformem territórios, tornando-os produtivos. É um espaço de conexões para startups e negócios inovadores nacionais e internacionais. Com instalações altamente tecnológicas para transmissões ao vivo ou gravações de conteúdos especializados, o Ibrawork tem também um moderno coworking, estúdios profissionais para gravações de programas, conteúdos para YouTube e podcasts, além de um espaço para eventos que comporta até 100 convidados.
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