Erhu é um instrumento musical tradicional chinês. O mais popular da família huqin, que reúne os instrumentos tocados com arco. O primeiro caráter chinês de seu nome é “er“ (二), que significa “dois”. O outro é “hu” (胡), o que indicaria sua origem no norte ou oeste na China.

Embora por vezes seja chamado de “violino chinês”, é muito diferente do violino ocidental. O erhu é tocado verticalmente, geralmente apoiado sobre o colo do músico. Por não ter escala musical, os dedos do músico devem sustentar o instrumento ao mesmo tempo em que pressionam as cordas para fazê-las vibrar.

“É o instrumento mais utilizado em uma variedade de artes folclóricas”, conta a professora Li Ying, da Universidade de Minzu. “Embora tenha apenas duas cordas, elas podem produzir música bastante expressiva”, explica.

O erhu é composto por uma caixa de ressonância de madeira, um braço, duas cordas, duas cravelhas de afinação e um arco. Os instrumentos usados em performance profissional são comumente feitos de sândalo vermelho ou mogno. Incrivelmente versátil, é capaz de soar como o canto de pássaros ou o galopar de cavalos.

Para tocá-lo, utiliza-se um arco (qian jin), que originalmente era feito de bambu e sua corda, de fibras de rabo de cavalo. As versões modernas usam fibras sintéticas. Durante muito tempo a caixa de ressonância era coberta com pele de cobra píton. Nas últimas décadas elas foram substituídas por peles artificiais.

A professora Li reforça que a caixa de ressonância é uma parte muito importante do instrumento. Ao mover o arco para frente e para trás, as cordas produzem um som vibrante que ressoa na pele. A textura e o formato da caixa de som influenciam diretamente a qualidade da afinação do instrumento.

A caixa pode ser de vários formatos. Como é composta de várias peças de madeira, a parede lateral pode ser hexagonal, octogonal ou redonda.

As técnicas de tocar erhu incluem as habilidades distintas para a mão direita e a esquerda. As habilidades da mão esquerda são o dedilhar, enquanto com a mão manuseia-se o arco.

História e Desenvolvimento 

As primeiras versões do erhu possivelmente surgiram entre minorias étnicas durante a dinastia Tang (618-907). Era chamado de xiqin. Na Dinastia Song (960-1279), os músicos já o usavam para tocar uma grande variedade de melodias, popularizando seu uso na cultura chinesa.

Como era tocado principalmente por pessoas comuns, a técnica do instrumento foi transmitida por tradição oral, e existem poucos registros escritos sobre o instrumentos na antiguidade. Ele é visto em pinturas, esculturas e murais antigos.

As primeiras imagens deste instrumento foram encontradas na Caverna Yulin e na Caverna dos Mil Budas. Ambas fazem parte das Grutas Mogao, na província de Gansu, reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO.

Com o surgimento de algumas formas de arte popular, incluindo orquestras e óperas, a utilização do erhu se popularizou durante as dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911).

Segundo a professora Li, o erhu passou por grandes desenvolvimentos no século 20. As técnicas se aprimoraram entre 1949 e 1979, quando a cultura tradicional foi valorizada e as escolas de música passaram a ensinar como tocar o erhu e outros instrumentos tradicionais.

A partir da década de 1980, surgiram novas explorações do seu potencial.  Houve inovação nas técnicas de execução que adicionaram um toque moderno às obras erhu. São vários gêneros de obras musicais usando o erhu, incluindo concertos, narrativas e rapsódias.

Escute uma apresentação do músico Jin Yue tocando ehru com a Orquestra Tradicional Nacional da China:

  • Com informações de China Today. Fotos: Xinhua.
Compartilhar.