O Brasil tem cerca de 11,5 milhões de funcionários públicos, o que representa 12,45% da população. Este número é metade da média de 24,5% dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Nosso país ocupa o 13º lugar no ranking mundial de países com mais funcionários públicos, atrás de nações como Estados Unidos, França e Chile.
A origem dos concursos públicos é bastante antiga. Há registros das primeiras seleções de candidato por mérito sendo realizadas na China Antiga. As avaliações escritas datam da Dinastia Han (202 a.C. a 200 d.C), com a primeira “seleção” tendo ocorrido no ano 165 a.C. Os candidatos precisavam mostrar seu conhecimento das ideias do filósofo Confúcio e autores clássicos chineses.
De fato, foi ideia de Confúcio que os cargos estatais fossem ocupados por pessoas selecionadas em exames públicos de conhecimento, independentemente de classe social. Em seus dias, os cargos administrativos do governo eram dados aos filhos dos aristocratas. Confúcio acreditava que esses cargos estatais deviam ser ocupados por pessoas qualificadas, que ele definia como “Homens de Mérito”.
Sendo assim, a criação dos concursos públicos é associada ao Confucionismo, filosofia que influenciou toda a China. Durante a Dinastia Ming (1368 d.C a 1644 d. C), o recrutamento passou a ser mais elaborado. A seleção incluía diferentes níveis de exames de conhecimento e físicos, com o propósito principal de prover o Estado dos homens mais capacitados. Os candidatos bem sucedidos recebiam títulos e cargos mais elevados na Administração Pública.
Por exemplo, a seleção para Oficiais do Império era refeita a cada três anos no serviço, para que eles provassem que continuavam aptos ao serviço.
Conforme os registros, havia três séries de exames, cada qual dando acesso ao funcionalismo estatal de determinado nível. O primeiro era o exame provincial (Xiangshi), que dava aos aprovados o título de Juren e permitia o acesso ao próximo nível, os exames do ministério (Huishi). Os aprovados nessa segunda fase recebiam o título Gongshi e poderiam fazer os exames do palácio (Dianshi), onde eram sabatinados pelo próprio Imperador. Aprovados nessa última fase, recebiam o título de Jinshi, com acesso aos mais altos cargos da burocracia imperial.
Esse sistema adotado na dinastia Ming prosperou e foi reproduzido em muitos países vizinhos, como Japão e Coreia.