Desde a primeira década do século 21, Brasil e China estreitaram suas relações com a formalização de vários acordos.
O primeiro “Plano de Ação Conjunta Brasil-China” foi assinado em 2010 e definiu metas e orientações para a cooperação bilateral em diversos setores até 2014. O documento forneceu
orientações estratégicas e abrangentes para o desenvolvimento da Parceria Estratégica bilateral e de cooperação em áreas relevantes.
Em meio ao desenvolvimento dessas ações, em 2012 o Primeiro-Ministro chinês, Wen Jiabao, visitou o Brasil, e as relações bilaterais foram alçadas à condição de “Parceria Estratégica Global”.
Um dos resultados práticos do Plano de Ação Conjunta (PAC 2010-2014), assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao, da China, foi o fortalecimento da COSBAN e revitalização do diálogo e seus mecanismos de acompanhamento e monitoramento em momento de grande expansão dos laços comerciais.
Ficou acordado que a COSBAN seria, em suas áreas de competência, o principal órgão de tomada de decisões do Plano de Ação Conjunta e as subcomissões da Comissão de Alto Nível reuniram-se uma vez por ano para promover a implementação do PAC.
O acordo tratava das seguintes áreas:
- Política: reafirmaram o compromisso com a consulta recíproca, intensificando o diálogo político e a confiança mútua, bem como solidificando a base política para a Parceria Estratégica, com base nos princípios do Comunicado Conjunto, a fim de contribuir para o estreitamento da cooperação e do intercâmbio em todas as áreas.
- Comércio: concordam em intensificar a troca de experiências relativas à criação e implementação de políticas públicas, por meio da Subcomissão Econômico-Comercial do COSBAN, com vistas ao aperfeiçoamento da cooperação econômica e comercial.
- Energia e Mineração: buscaram maior cooperação na área de investimentos bilaterais no setor de energia e de mineração. Brasil e China se comprometeram a implementar um número de projetos importantes de cooperação em investimento no setor de energia e mineração.
- Economia: ampliaram a agenda do Diálogo Financeiro Brasil-China para incluir o diálogo e a cooperação em políticas macroeconômicas, coordenação de posições em assuntos financeiros e econômicos multilaterais, cooperação financeira e monetária e outros assuntos econômicos e financeiros.
- Agricultura: estabeleceram um sistema de partilha de informações; fortaleceram a cooperação em pesquisas agrícolas e a cooperação no comércio de produtos agrícolas; promoveram visitas bilaterais de especialistas em agricultura; sediaram workshops e seminários conjuntos sobre tecnologias agrícolas; estabeleceram laboratórios conjuntos no Brasil e na China; promoveram investimentos mútuos no setor agrícola; e envolveram as entidades financeiras na cooperação agrícola (Banco de Desenvolvimento da China, Banco do Brasil e BNDES).
- Indústria e Tecnologia da Informação: promoveram troca de informações relativas a políticas industriais de ambos os países; analisaram o potencial para a cooperação industrial e de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação); realizaram troca de experiências em desenvolvimento industrial e de TIC.
- Cooperação Espacial: fortaleceram a cooperação espacial, com destaque para o CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) como um dos programas de cooperação tecnológica e científica mais bem-sucedidos entre países em desenvolvimento e reafirmam o desejo de expandir e enriquecer a cooperação no âmbito desse programa.
- Ciência, Tecnologia e Inovação: promoveram coordenação e comunicação mais intensas entre os Ministérios de Ciência e Tecnologia dos dois países; criaram novas oportunidades e áreas de cooperação como biocombustíveis, nanotecnologia e ciências agrárias, incluindo transferência de tecnologia além de projetos e pesquisas conjuntos.
- Cultura: aprofundaram a cooperação nos campos da cultura e das artes, rádio, filme e televisão, imprensa, editoração e esportes, estimulando intercâmbios e colaborações culturais mais frequentes naquelas áreas. Foram promovidos o “Mês da China no Brasil”, em 2010, e o “Mês do Brasil na China”, em 2011.
- Educação: fortaleceram os intercâmbios educacionais bilaterais, promovendo a cooperação em diferentes níveis e a compartilhar experiências e boas práticas. A China confirmou a provisão de bolsas de estudo governamentais para estudantes brasileiros. O Brasil forneceu bolsas de estudo para estudantes chineses com base na reciprocidade. Os dois países concordam em fornecer auxílio ao ensino de línguas, apoiando programas de ensino da língua chinesa ou portuguesa em universidades dos dois países.