Os investimentos da China no Brasil crescem a cada ano. Somente em 2023, empresas chinesas aportaram US$ 1,73 bilhão no Brasil, em 29 projetos diferentes. Minas Gerais recebeu 29% do valor, sendo o segundo maior percentual entre as unidades federativas. Perdeu somente de São Paulo, que lidera com 39%.
Foram nove empreendimentos em Minas, nos setores de eletricidade, fabricação de aparelhos elétricos e fabricação de máquinas e equipamentos. Os dados são do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
Para efeitos de comparação, participação mineira nos projetos chineses cresceu oito pontos percentuais em relação a 2022. O diretor de conteúdo da CEBC e autor do estudo, Tulio Cariello comentou o aumento desses investimentos,
“Minas é um Estado que tem atraído muitos investimentos principalmente na área de energia elétrica, que tem sido o setor-chave”, enfatizou “Mas temos também bastantes investimentos na indústria manufatureira, em fábricas de produtos eletroeletrônicos, de máquinas e equipamentos, áreas que foram bem atrativas nos últimos anos”, disse, citando ainda mineração e agronegócio.
Trabalho do Ibrachina em Minas Gerais
O Ibrachina tem uma forte ligação com Minas Gerais e divulga o potencial do estado. O primeiro escritório do Instituto fora de São Paulo foi inaugurado em Belo Horizonte. Seu objetivo é ajudar a abrir o mercado chinês para os produtos produzidos em Minas, como queijos especiais e cafés tipo exportação.
Além disso, o Ibrachina tem convênio com a Universidade Estadual de Minas Gerais, unidade de Passos, a Universidade Federal de Viçosa e o Sebrae. Entre os resultados dessas parcerias estão a produção dos livros “Rota do Queijo Canastra” e “Perfil Produtivo e Potencialidades do Sudoeste Mineiro” e “Perfil produtivo e potencialidades do Alto Paranaíba”.
Devido ao seu trabalho no estado, o governo de Minas Gerais concedeu a Medalha Santos Dumont a Thomas Law.
Novas oportunidades à vista
O destaque de 2023 nos aportes dos chineses em Minas Gerais foram das empresas XCMG, fabricante de maquinário pesado, da China Three Gorges (CTG), geradora e comercializadora de energia, e da State Grid, do ramo elétrico.
Para o diretor do CEBC, Minas Gerais tem potencial para atrair mais aportes financeiros em áreas prioritárias para os chineses nos próximos anos. Energia limpa ocupa lugar de destaque.
Em 2023, a China foi o terceiro país que mais investiu no mundo e, por muitos motivos diferentes, Minas Gerais está em vantagem na atração de investimentos.
Alexandre Brito, do Centro Internacional de Negócios da Federação de Indústrias do Estado de Minas Gerias, o estado manteve uma corrente de comércio com a China de quase US$ 20 bilhões e superávit comercial de US$ 9,5 bilhões.
“Minas é o principal estado exportador para a China, com quase 36% de tudo que o Brasil vende para aquele mercado. Esta relação vem se consolidando nas duas últimas décadas, sobretudo pela intensificação das compras chinesas de minérios e soja”, explica.