As empresas chinesas têm feito progressos notáveis em vários setores, como a produção de produtos tecnológicos de alta qualidade. Nos últimos anos, as marcas industriais chinesas ganharam mais reconhecimento no mercado mundial, por exemplo, com o fortalecimento da indústria de veículos de nova energia (NEV). Isso vai de patinetes elétricos a caminhões movidos por potentes baterias.
“A construção da marca pode estimular a inovação e a criatividade das empresas, melhorar a qualidade dos produtos, melhorar a qualidade e eficiência do sistema de abastecimento, otimizar a estrutura de abastecimento e promover o desenvolvimento de alta qualidade. Isso contribui para melhorar a cadeia de valor da China no mundo”, disse Tan Yongsheng, vice-diretor do Instituto de Economia Industrial da Academia Chinesa de Pesquisa Macroeconômica.
Como parte de um programa nacional estimulado pelo governo, as empresas chinesas passaram de “Made in China” para “Desenvolvido na China”, com suas marcas ganhando reconhecimento global.
A lista de 2022 da revista Fortune das 500 maiores empresas do mundo inclui 145 empresas chinesas, número mais alto que qualquer outro país. Além disso, a China está entre os primeiros lugares no último Índice de Inovação Global emitido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Invenções e inovações
A revista Forbes pontuou algumas das invenções ou inovações mais importantes vindas da China. Algumas delas são melhorias e popularização de criações que já existiam, mas não tinham alcance global.
Comércio eletrônico
Os americanos criaram a internet e foram pioneiros no comércio eletrônico, mas nenhuma empresa dos Estados Unidos tem o alcance de sites chineses como Ali Express, Shoppe e Wish.
Essas empresas adaptaram um modelo de negócios e tornaram popular em praticamente todo o mundo. O modelo chinês de comércio eletrônico cresceu de tal maneira que as empresas abriram filiais ou começaram a vender produtos feitos em outros países, como já acontece no Brasil.
Desde 2009, as receitas do comércio eletrônico no mundo cresceram mais de 70%, em grande parte graças ao modelo chinês que foi copiado por varejistas no mundo todo.
Fast fashion, moda a preços acessíveis
Embora várias plataformas de e-commerce chinesas vendam roupas, a Shein causou uma revolução no mercado mundial.
Hoje bastante conhecida no Brasil, a empresa utiliza uma fórmula conhecida, com preços competitivos e constância de novidades. Ela possui versões de seu site em dezenas de línguas e vende para todo o mundo.
Entre os muitos diferenciais, destaca-se a conexão com o que há de mais moderno na moda. Se uma tendência é lançada em qualquer feira ou fashion week, em pouco tempo os clientes da Shein podem encontrar peças no mesmo estilo. A plataforma tem ampliado o seu portfólio e vende desde moda adulta e infantil até itens de beleza, decoração e pet.
Outro diferencial é a estratégia para o Brasil, um de seus mercado mais importantes. Além de abrir lojas temporárias em shoppings de diferentes capitais, a varejista de moda chinesa vai começar a fabricar roupas no Brasil. O investimento anunciado é de R$ 750 milhões para fornecer tecnologias e treinamento a fabricantes têxteis brasileiros, com a previsão de gerar 100 mil empregos em três anos.
Plataformas de investimento online
A popularização da internet possibilitou o surgimento das plataformas de investimento online. Muitos chineses que não eram usuários do sistema bancário tradicional passaram a ter novas opções de investimento.
O maior e mais famoso destes serviços é o Yu’e Bao (tesouros restantes) da Ant Financial, afiliada de pagamentos da Alibaba. Lançado em 2013, rapidamente passou a ser o maior fundo do mercado monetário na China e um dos maiores do mundo. A plataforma permite que os usuários invistam o dinheiro que está parado em suas contas no serviço de pagamento do Alibaba, Alipay, com um retorno de cerca de 5%. Tencent, Baidu, Sina e outras empresas de tecnologia oferecem produtos concorrentes.
A maioria destes serviços não tem requisitos mínimos para o montante investido, ao contrário dos bancos chineses, que normalmente exigem pelo menos 1.000 yuans (670 reais) para fazer investimento. Devido ao custo mais baixo de operação de uma plataforma digital, estes serviços atendem aos consumidores rurais ou com rendimentos mais baixos que os bancos tradicionais ignoraram anteriormente.
Para termos de comparação, em 2020 o Yu’e Bao ultrapassou o fundo de mercado do governo dos EUA no JPMorgan Chase de US $ 150 bilhões para se tornar o maior fundo do mercado monetário do mundo, com US $ 165 bilhões.
Smartphones mais baratos
Para muitos chineses, um smartphone é a única forma de acesso à internet, algo onipresente em um país altamente conectado. Embora a Apple ainda sejam muito popular na China, as produções locais ganharam o mercado mundial oferecendo os mesmos recursos dos telefones top de linha por uma fração do preço.
A Xiaomi, por exemplo, foi criada em 2020. Ela alcançou diversos mercados ao redor do mundo e já é considerada a segunda maior fabricante de smartphones do mundo. Fica atrás da Samsung e ultrapassou a Apple. No Brasil, a maior também é a Samsung, com 40% das vendas. Apple e Motorola, comprada pela chinesa Lenovo em 2014, têm 20% do mercado. A Xiaomi tem pouco mais de 13%.
O sucesso da Xiaomi abriu as portas para marcas como Oppo, RealMe e OnePlus.