Em 24 de agosto comemora-se o Dia do Artista. A data comemorativa visa lembrar e homenagear as pessoas que produzem arte e manifestações artísticas. Mesmo com as grandes diferenças históricas e culturais de um país para outro, a arte é um dos elementos que funciona como uma linguagem universal, capaz de unir os povos.

Por isso, no espírito da data, vamos conhecer melhor três artistas chineses:

Pintura “Sábio Debaixo de Grande Árvore”, por Chang Dai Chien, 1980. Imagem: reprodução

 

Chang Dai Chien, o Picasso de Mogi das Cruzes

Nascido em Neijiang, China no dia 10 de maio de 1899, Chang Dai Chien foi poeta, escultor e pintor. Viveu quase duas décadas no Brasil, entre 1954 e 1973. Chien, que ganhou o apelido de “Picasso de Mogi das Cruzes”, chegou a figurar como um dos dez artistas mais importantes do mundo.

Antes de vir para a América do Sul, o artista teve um encontro com  Picasso em Antibes (França) no ano de 1953. Foi um momento histórico de encontro dos mestres da arte ocidental e oriental.

As obras de Chien consistem em reproduções de lagos, jardins e esculturas naturais que ele mesmo construía em sua casa, como o famoso Jardim das oito virtudes (Bade Yuan) e o lago ornado de cinco pavilhões (Wu Ting Hu).

Suas pinturas mesclavam elementos do estilo guohua, com contornos traçados, e elementos do estilo xieyi, em uma técnica autoral completamente diferente. Usando  diferentes técnicas, reviveu cores abandonadas pela sua cultura.

Mo Yan na premiação do Nobel, em 2012 . Imagem: Helena Paulin-Strömberg

Mo Yan, primeiro autor chinês a ganhar um Nobel de Literatura  

Nascido em uma família de agricultores na província de Shandong, no ano de 1955, seu nome na verdade é Guan Moye.

Ficou apenas alguns anos na escola e precisou trabalhar como pastor de gado aos 11 anos. Quando jovem, Moye alistou-se no exército, onde descobriu seu talento literário.

Adotou o nome artístico de Mo Yan, publicando seu primeiro romance em 1981. Em pouco tempo alcançou reconhecimento internacional com o romance “Sorgo Vermelho”, que mais tarde foi adaptado para o cinema. Já o livro “Mudança” nasceu do pedido de um editor para que ele escrevesse sobre as transformações na China ao longo das últimas décadas.

Essa é a tônica de muitas de suas obras, que incluem romances, novelas e  coletâneas de contos. A maioria está disponível em português, com destaque para “As Rãs”, seu livro de maior sucesso.

Mo Yan foi o primeiro autor chinês a ganhar um Nobel de Literatura, conquistado em 2012. A menção oficial dizia que o escritor era laureado por seu estilo onde  “o realismo alucinatório se funde com narrativas populares, a história e o contemporâneo”.

Montagem digital “O Macaco Rei”, de ChiPeng, 2005.
Chi Peng, fotógrafo que mescla realidade e ficção

Chi Peng nasceu em  1981 em Yanta, na província de Shandong.

Formou-se na Academia Central de Belas Artes e posteriormente especializou-se em Mídia Digital na mesma escola.

Alcançou reconhecimento internacional antes dos 30 anos, sendo considerado um dos mais inovadores expoentes da arte contemporânea chinesa avant garde. 

Usando técnicas de manipulação digital em suas imagens,  consegue combinar habilmente a realidade e ficção. Além de apresentar suas exposições em diferentes cidades da China, levou seu trabalho para Alemanha, Estados Unidos, Japão, Canadá, Holanda, Austrália, Coreia do Sul, Inglaterra, Suécia e Áustria

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