Foto de capa: Nelson Almeida / AFP
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Esta é a centésima edição do boletim diário sobre a pandemia produzido pelo Ibrachina. O Observatório do Coronavírus nasceu em 31 de janeiro deste ano, com o propósito de levar informação confiável de fontes oficiais para a população. Começou observando o início do surto em Wuhan, na China, e depois trouxe notícias da situação na Europa. Além destas informações, as versões mais recentes acompanham os desdobramentos da pandemia no Brasil.
Coronavírus no Brasil
O ministro da Saúde Nelson Teich afirmou que o Brasil está negociando para entrar no grupo que vai testar a primeira vacina contra o novo coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ainda não há um medicamento comprovadamente eficaz contra a doença, tampouco uma vacina. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa também destaca que ainda não aprovou nenhum remédio para o tratamento da COVID-19.
Durante a coletiva, Teich acrescentou que o Ministério não proíbe o uso de nenhum medicamento já aprovado pela Anvisa no tratamento do coronavírus, apesar de também não recomendar algum. Na última semana, o ministro já havia informado que o Brasil estava se antecipando e negociando cotas de futuras vacinas para que o país não sofra com a demanda mundial.
Pesquisadores da Fundação Hemominas, em Belo Horizonte, desenvolveram uma metodologia para acelerar a realização de diagnósticos de testes de COVID-19. A expectativa é que a velocidade na entrega dos resultados aumente em 40 vezes. O estudo também pretende ajudar a reduzir a subnotificação.
No último boletim divulgado pelo Ministério, o país contabiliza mais de 168 mil casos de pessoas infectadas e cerca de 11.500 óbitos registrados em todo o território nacional.
De acordo com a OMS, o continente americano ultrapassou o número total de casos confirmados de coronavírus da Europa. Os números são puxados pelos Estados Unidos, o atual epicentro da pandemia, e pelo Brasil, que entrou em curva acelerada de pessoas infectadas e mortes. Esse padrão já é observado há algumas semanas. Segundo dados divulgados hoje que contabilizam casos oficiais registrados até ontem, as Américas atingiram 1,74 milhão de pessoas contaminadas. A Europa, por outro lado, começa a ver uma desaceleração no número de casos e mortes, que foram por muito tempo puxadas por Itália, Espanha e Reino Unido.
A Prefeitura do Rio informou nesta terça-feira que vai manter fechadas na cidade as novas atividades consideradas essenciais pelo presidente Jair Bolsonaro em decreto publicado ontem, como salões de beleza, barbearia e academias. Em nota, o município informou que a administração toma medidas “com a comunidade científica” e baseadas em dados sobre o avanço do coronavírus.
O governador do RJ, Wilson Witzel, também se manifestou em seu perfil no Twitter, afirmando que “não há nenhum sinal de que as medidas restritivas sejam flexibilizadas”. Witzel também declarou que “estimular empreendedores a reabrir estabelecimentos é uma irresponsabilidade”. O estado registra, até o momento, quase 18 mil casos e 1.770 mortes por COVID-19.
O número de casos no interior de São Paulo cresceu 99% nos últimos 11 dias. O governo estadual afirmou em coletiva realizada hoje que todas as cidades paulistas com mais de 70 mil habitantes já têm casos de coronavírus.
A cidade de São Paulo registrou índice de isolamento de 49,3% ontem, primeiro dia em que o rodízio ampliado e restritivo entrou em vigor. O prefeito Bruno Covas, prometeu hoje que vai liberar o novo rodízio caso o índice de isolamento social da cidade alcance a marca dos 55%. Ao justificar a medida, Covas avalia que a suspensão do rodízio tradicional feita no começo da pandemia não surtiu o efeito esperado.
O avanço da pandemia pelo interior do Brasil chegou às comunidades quilombolas e já provocou a morte de pelo menos 19 moradores desses territórios. Ao todo, 65 descendentes de negros escravizados testaram positivo para a doença. Os números fazem parte de um levantamento independente realizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.
Segundo a entidade, o número pode estar defasado. A entidade depende do contato com as lideranças locais para identificar novos casos, mas algumas comunidades não têm sequer energia elétrica e internet. Há cerca de seis mil territórios quilombolas no Brasil, mas apenas quatro mil são reconhecidos pelo governo federal. As autoridades de saúde não distinguem se os pacientes de Covid-19 pertencem a esses territórios. Para os quilombolas não caírem na invisibilidade, os coordenadores da Conaq resolveram acompanhar de perto a evolução do número de vítimas do coronavírus.
A coordenadora da Conaq, Givânia Silva, chama a atenção para o acesso à renda básica emergencial. A solicitação do benefício requer energia elétrica, internet e celular, serviços que parte das terras quilombolas não têm. Isso força a ida de seus moradores até as cidades.
OMS comenta tratamentos que podem amenizar sintomas da COVID-19
A Organização Mundial da Saúde informou hoje que alguns tratamentos parecem limitar a gravidade ou duração da doença respiratória covid-19, acrescentando que a instituição está se concentrando em aprender mais sobre quatro ou cinco dos mais promissores métodos.
A porta-voz da agência, Margaret Harris, informou que tem dados potencialmente positivos, mas que precisa observar mais dados para estar 100% confiante da escolha do melhor tratamento.
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