Foto de capa: Reuters

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A União Europeia publicou hoje uma orientação sobre a reabertura gradual das fronteiras internas do bloco, que estão fechadas desde o dia 17/3 por causa da pandemia do novo coronavírus. A orientação para manter as fronteiras internas fechadas expira no próximo dia 15. O pedido inclui as viagens consideradas não essenciais, como aquelas por turismo, e está em vigor em 30 países europeus – os 27 que compõem o bloco, com exceção da Irlanda, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.

O governo da Alemanha anunciou pouco tempo antes um plano gradual para a reabertura das fronteiras do país por conta da diminuição dos casos do novo coronavírus e informou que pretende voltar à “normalidade” a partir de 15/6. Os limites entre o país, Dinamarca e Luxemburgo serão liberados a partir do próximo sábado (16/5).

O Japão irá reabrir seus primeiros cinemas ainda nesta semana, após o fechamento em abril devido à pandemia. Tóquio, Osaka e outros grandes centros populacionais ainda não poderão abrir seus espaços em razão do bloqueio exigido pelo governo que continua nessas regiões. A reabertura de salas de cinema em regiões com poucos casos de infecção também foi anunciada pela China e pela Noruega.

Entre as medidas de segurança que serão adotadas para a reabertura dos espaços de lazer estão a utilização de luvas e máscaras pelos funcionários da rede e a presença de máquinas digitais para a compra de bilhetes, além do distanciamento dentro das salas – a cada assento vendido, terá um assento vazio ao lado.

 

Coronavírus no Brasil

A intervenção humana em matas nativas pode gerar desequilíbrio ecológico e exportar doenças do coração da floresta. Com a devastação da Amazônia, a próxima grande pandemia pode surgir no Brasil. O alerta foi feito pelo cientista David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp. Lapola lembrou que o mundo já sofreu com o HIV, o ebola e a dengue em décadas anteriores – todos vírus que acabaram ou surgindo ou se disseminando de uma maneira muito grande a partir de desequilíbrios ecológicos. 

Para o pesquisador, também se faz necessário “refundar a relação da sociedade com as florestas”. Lapola destaca que, embora a propagação de novas doenças a partir do coração da floresta seja “um processo muito complexo pra gente poder prever, é melhor usar o princípio da precaução e não testar muito a nossa sorte”.

Fazendo um contraponto à região Amazônica, Fernando de Noronha conseguiu zerar casos de coronavírus após conviver com a doença por 44 dias. O prazo de quarentena em Fernando de Noronha foi encerrado no último domingo. Desde abril os moradores viviam em regime de isolamento. Segundo a administração do local, eles estavam preenchendo formulários via internet para solicitar autorização para sair de casa. O planejamento do governo é abrir a ilha de forma gradual, inicialmente apenas para os moradores. Turistas estão vetados e as praias seguem fechadas.

Em outra região litorânea, o drive-thru para testes rápidos de coronavírus amanheceu com fila. Duas horas antes do início do atendimento, a estrutura montada em Santos, no litoral de São Paulo, para a realização de 10 mil testes rápidos para diagnóstico de coronavírus já contava com uma fila de carros. Apenas as pessoas com sintomas da doença poderão fazer o teste.

Os candidatos têm aferida a temperatura e a oxigenação no sangue, e passam por uma entrevista de avaliação, sem sair do veículo. Quem atende os critérios é encaminhado para o setor de teste rápido, onde ocorre a coleta de sangue para análise. O resultado fica pronto em cerca de 15 minutos, e é comunicado por telefone.

O Brasil ultrapassou a França em número de infectados pelo novo coronavírus nesta quarta-feira (13/5) e se tornou o 6º país do mundo com mais casos, de acordo com o levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins. Na última terça-feira (12/5), o Brasil já tinha ultrapassado a Alemanha e ocupava o 7º lugar entre os países com o maior número de casos de COVID-19. À frente do Brasil no levantamento da Johns Hopkins estão: EUA, Rússia, Espanha, Reino Unido e Itália.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 117 mil casos confirmados e quase 13 mil óbitos em decorrência da doença em território nacional. Entretanto, cientistas brasileiros estimam que o número real de casos de coronavírus no país já estava em 1,6 milhão na semana passada. Para indicar as subnotificações, cientistas analisaram os dados da Fiocruz e registros dos órgãos regionais. O crescimento de quase 10 vezes o número de internações e de mais de 1.000% nas mortes por síndromes respiratórias são evidências da subnotificação de mortes e casos graves de COVID-19 no país.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última segunda-feira (11/5) que o vírus contaminará 70% dos brasileiros, repetindo o número que disse nos últimos dias. O percentual é apresentado pelo presidente como um número inevitável e um argumento contra medidas de isolamento social. Pesquisadores estimam que o percentual poderia ser alcançado caso não houvesse nenhuma medida restritiva. A projeção feita por Domingos Alves, da USP, e Mauro Sanchez, da UNB, leva em conta a estrutura etária do Brasil e uma taxa de letalidade similar à identificada na China, e aponta que, se 70% da população brasileira for infectada, pode haver quase 2 milhões de mortes. Mesmo as projeções que consideram casos não testados e pacientes sem sintomas deixam o cenário no Brasil distante do percentual alardeado como inevitável por Bolsonaro.

A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro vai concluir nesta quarta-feira (13/5) o bloqueio nas onze áreas da cidade previstas no decreto que ampliou as medidas de isolamento no Rio. Nesta manhã, barreiras foram instaladas na Tijuca e no Méier, na Zona Norte da capital. De acordo com o balanço da prefeitura, a Tijuca é o quarto bairro com mais casos confirmados de COVID-19. São 265 casos e 38 mortes. Só está autorizado a passar pelo local quem for morador ou trabalhador de serviço essencial, desde que estejam com comprovantes como contas de água, gás e luz e crachá.

O objetivo dos bloqueios parciais é reduzir a circulação de pessoas nos centros comerciais dos bairros, que registram altos índices de aglomeração pelo cruzamento de dados do Centro de Operações Rio, da Secretaria Municipal de Saúde e do Disk Aglomeração, coordenado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública.

As medidas de rastreamento da população para medir a adesão ao isolamento social e à quarentena são inspiradas em ações iniciadas na China. Aplicativos para controlar a propagação de coronavírus são onipresentes na China, onde as autoridades armazenam grandes quantidades de dados pessoais de seus cidadãos. O aplicativo criado pelo governo é baseado nos dados de geolocalização das operadoras e analisa os movimentos do usuário nos 14 dias anteriores – em particular para descobrir se ele esteve em uma área de risco, ou se esbarrou com alguém com Covid-19. Em Pequim, outro app não usa geolocalização, mas outras fontes de informação, como passagens de trem, bilhetes aéreos, controles de identidade na entrada da capital, ou resultados de testes.

A localização geográfica permite automatizar a busca de pessoas que estiveram em contato com pacientes. Também facilita o retorno ao trabalho e ao lazer. O código verde mostra que, em princípio, a pessoa está saudável e é um passe de conduta segura para acessar edifícios, restaurantes, estações, ou lojas.

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Mapa de casos no país atualizado em tempo real
Calculadora de pressão assistencial por Estado - A calculadora permite estimar a pressão assistencial esperada em função de incremento de necessidade de internações pelo COVID-19. Todos os parâmetros abaixo podem ser ajustados para melhor refletir a sua realidade local. Uma vez ajustados a simulação considera os novos parâmetros escolhidos para estimar a taxa de ocupação de leitos em cada município
Gráfico do Ministério da Saúde de casos acumulados de pessoas infectadas

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