Foto de capa: Gerard Julien

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O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, divulgou hoje o novo protocolo para ampliar a recomendação do uso da cloroquina por pacientes do novo coronavírus, apesar da falta de comprovação científica de eficácia do medicamento.

Pela recomendação, os pacientes podem tomar cloroquina ou sulfato de hidroxicloroquina associado à azitromonicina durante cinco dias, entre o primeiro e 14º dia. A orientação vale para todos os casos (leves, moderados e graves), observadas as especificações de dosagem. Para os casos graves, o medicamento é indicado também após o 14º dia, observando as características de cada paciente. 

O documento divulgado pelo Ministério da Saúde faz algumas ressalvas. Entre elas, que o medicamento deve ser prescrito por um médico e que ele tem autonomia para decidir ou não sobre o uso. O texto afirma também que não existe outro medicamento eficaz disponível para o tratamento do novo coronavírus atualmente, que não recomenda a auto prescrição do remédio pelo portador da doença (uso sem acompanhamento médico) e que a divulgação do novo protocolo pretende uniformizar as orientações para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da Covid-19.

 

Enem 2020 será adiado

O Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM será adiado “de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais”, de acordo com decisão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep e do Ministério da Educação. O governo afirmou que vai fazer uma enquete com os participantes para definir as novas datas.

A decisão ocorre depois de o governo enfrentar questionamentos judiciais cobrando o adiamento da prova por causa dos efeitos da pandemia. O debate sobre o adiamento da prova chegou ao Congresso: na última terça-feira (19/05), o Senado aprovou projeto que adia Enem, e o texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados. 

 

Estudantes ao redor do mundo começam a retornar às aulas

Após mais de 2 meses com as escolas fechadas para tentar conter a transmissão do novo coronavírus, a Coreia do Sul reabriu parcialmente as instituições de ensino nesta quarta-feira (20/05), com rigorosas medidas de segurança sanitárias. Cerca de 440 mil estudantes do último ano do ensino médio poderão se preparar para o vestibular no fim deste ano.

Ao chegar na escola, os jovens precisam passar por uma inspeção de temperatura corporal. Entretanto, esta medida não impede que assintomáticos transmitam o vírus, mas ajuda a identificar quem está com sintomas leves. Para evitar contato próximo, professores acenavam com toques no cotovelo. Os estudantes receberam material desinfetante para higienizar as mãos. Algumas mesas receberam divisórias de acrílico. Em geral, os estudantes estão sentando separados, de acordo com as diretrizes de distanciamento social.

Enquanto os alunos do último ano devem frequentar a escola todos os dias, os mais novos alternam aulas presenciais e on-line para garantir que os prédios da escola não estejam superlotados.

A China decretou a volta às aulas no fim de abril, após 4 meses de suspensão. Em Pequim, apenas os alunos do ensino médio tiveram permissão para voltar à escola para se prepararem para o “gaokao”, o vestibular mais importante na educação chinesa. Em Xangai, os alunos do ensino médio também retornaram para as salas de aula. A data da prova para entrada nas universidades foi adiada por um mês, para o início de julho, devido à pandemia.

Em Portugal, cerca de 200 mil estudantes entre 16 e 17 anos voltaram às aulas nesta semana. Eles também seguem uma série de medidas de proteção, como o uso obrigatório de máscaras, lavagem das mãos ao entrar e sair da escola, e a reorganização de horários e espaços para garantir a distância entre os alunos.

Na França, 40 mil escolas reabriram no último dia 11. Porém, 70 delas precisaram ser fechadas novamente devido ao surgimento de novos casos.

 

Uruguai torna-se caso de sucesso no combate ao coronavírus na América Latina

A curva de contágios no Uruguai está achatada, a letalidade é baixa e o número de pessoas com a doença é cada vez menor. Com 738 casos detectados, 20 mortos e 579 recuperados da COVID-19 de acordo com os dados oficiais de ontem, este pequeno país de 3,4 milhões de habitantes que nunca decretou quarentena geral caminha rumo a uma abertura quase total das atividades.

O epidemiologista Julio Vignolo garante o sucesso da estratégia uruguaia, apontando para a rapidez na reação. O país declarou emergência de saúde ao detectar os primeiros 4 casos, em março. Desde então, decretou a suspensão de aulas e o fechamento de fronteiras horas depois. Entre os fatores que contribuíram com o bom resultado também estão o confinamento voluntário da população e as características demográficas do país. 

 

Vacina experimental produzida nos EUA tem bons resultados em animais

A empresa de imunologia Inovio afirmou hoje que uma vacina experimental para evitar a infecção pelo coronavírus mostrou que produz anticorpos protetivos e respostas do sistema imunológico em camundongos e porquinhos-da-índia. Os resultados preliminares do ensaio clínico são esperados para junho.

O chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Francis Collins, afirmou em entrevista que o país compartilhará a vacina com rapidez com o resto do mundo, caso sejam os primeiros a desenvolver uma. Collins disse que “concorda absolutamente” com os líderes da França e da China que uma vacina deveria ser o que eles chamavam de “bem público global” e expressou preocupação particular pelos países da África e da América Latina.

 

China doa suprimentos médicos para mais de 500 cidades amigas

A China já doou suprimentos médicos para 563 cidades amigas em 116 países até a última segunda-feira. Os dados são da Associação de Amizade do Povo Chinês com os Países Estrangeiros. As doações incluem 41 milhões de máscaras, 2,28 milhões de roupas de proteção, 1,75 milhão de pares de luvas, 143 mil protetores faciais e 82 mil kits de teste.

A Associação ressaltou que esses atos de solidariedade e humanitarismo lembram o provérbio chinês “um favor, ainda que trivial, deve ser devolvido com muito mais gentileza”, uma vez que a China recebeu anteriormente doações de EPIs de 302 cidades amigas em 69 países e regiões. Tais intercâmbios contribuíram significativamente para a batalha anti epidêmica e continuarão a desempenhar um papel importante nas trocas internacionais após a epidemia.

 

Coronavírus no Brasil

O Governador João Doria anunciou hoje que contratará 4.500 leitos hospitalares de instituições privadas para socorrer o sistema público de saúde e aumentar a capacidade de atendimento nos próximos dias. Destes, 1.500 leitos serão de UTI. Todos terão uso exclusivo para pacientes infectados com o novo coronavírus. Doria voltou a dizer que as medidas são tomadas para evitar o ‘lockdown’. O investimento total para a medida é de 594 milhões de reais. Os equipamentos deverão entrar em uso em até 20 dias, em 15/06.

A pandemia do novo coronavírus se tornou a principal causa de mortes por dia no Brasil. A COVID-19 superou a média de óbitos diários por câncer, que no ano passado matou mais de 230 mil pessoas no País, e por doenças isquêmicas do coração, grupo que inclui o infarto e mata mais de 100 mil brasileiros por ano.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil possui mais de 271 mil casos de pessoas infectadas e quase 18 mil óbitos. O número de recuperados chegou a 106 mil.

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Calculadora de pressão assistencial por Estado - A calculadora permite estimar a pressão assistencial esperada em função de incremento de necessidade de internações pelo COVID-19. Todos os parâmetros abaixo podem ser ajustados para melhor refletir a sua realidade local. Uma vez ajustados a simulação considera os novos parâmetros escolhidos para estimar a taxa de ocupação de leitos em cada município
Gráfico do Ministério da Saúde de casos acumulados de pessoas infectadas

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