Foto de capa: Folhapress / Reprodução

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Um relatório técnico assinado pelo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforça que o Brasil entrará neste mês no ápice da transmissão do coronavírus, e que esse período se estenderá até maio. O documento afirma ainda que o país continuará enfrentando a epidemia até meados de setembro. 

No texto, Mandetta detalha como o Brasil enfrenta a pandemia, traz a cronologia das ações da Organização Mundial de Saúde e do país, e alerta para o período de outono e inverno, em que há maior ocorrência de doenças respiratórias – como a dengue e a influenza. O documento reforça ainda as preocupações quanto à disponibilidade de UTIs e respiradores mecânicos necessários para pacientes hospitalizados com COVID-19, bem como a disponibilidade de testes de diagnóstico específicos. 

Cientistas estão convencidos que o vírus continuará a ser uma ameaça global por muito mais tempo. Algumas previsões mencionam um período que pode chegar a dois anos. Mas os especialistas alertam que a gravidade de novas ondas em cada país dependerá das medidas de contenção que eles tomarem agora. No caso brasileiro, os cientistas mencionam com preocupação a ausência de testagem em massa, que tem tido êxito global, e a pressão de parte da população e do presidente Jair Bolsonaro contra medidas de isolamento social defendidas pelo Ministro da Saúde. 

Uma projeção do grupo “COVID-19 Brasil”, que reúne universidades brasileiras, afirma que o Brasil tem hoje 82 mil pessoas infectadas, contrariando os números indicados diariamente pelo governo. As novas projeções levam em conta a estrutura etária da população com base nos dados do IBGE. Em novo balanço divulgado na tarde de hoje, o Ministério da Saúde contabilizou 13.717 pessoas infectadas e 667 pacientes que faleceram em decorrência da doença. 

São Paulo segue como o Estado mais afetado pela pandemia no Brasil. Segundo boletins epidemiológicos divulgados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, que compila dados da epidemia de COVID-19 por município, o número de óbitos na capital mais que dobrou em uma semana, entre 30 de março e 6 de abril. Uma das explicações para as constantes altas no Estado são os resultados de investigações de óbitos com causas suspeitas, que constata novas vítimas do coronavírus.

Ontem, o governador João Doria ampliou a quarentena no estado até o dia 22 de abril. Apesar disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico alertou que somente 56% da população paulistana está em isolamento. Muitas pessoas ainda estão se aglomerando e desobedecendo as recomendações das autoridades de saúde. No último domingo, uma fotógrafa uma fotógrafa registrou com seu drone vários grupos de pessoas reunidas tranquilamente na Praça do Pôr do Sol, no Alto de Pinheiros.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro declarou hoje o estado de calamidade pública em todo o Estado. A medida reitera o decreto do governador Wilson Witzel e define o prazo da ação emergencial para até 1º de setembro de 2020. O Estado começou uma campanha para realizar testes rápidos para o coronavírus em profissionais de saúde. Dessa forma, as equipes médicas poderão entender quem já está imunizado, quem está na fase aguda da doença e quem não foi contaminado.

Na semana passada, o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, afirmou que testes rápidos para COVID-19 deveriam começar a ser feitos a partir desta semana com a chegada de 700 mil exames ao estado do RJ. Santos afirmou que existe a possibilidade de realização dos testes rápidos nos postos do Detran num modelo “drive-thru”.

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