Foto de capa: Rovena Rosa/Agência Brasil
 

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O Brasil entra no feriadão de Páscoa com taxa de isolamento em queda e crescimento no número de mortes em decorrência do COVID-19. O afrouxamento individual se soma à escassez de medidas mais duras dos governantes para reduzir o fluxo de viagens em meio a um fim de semana em que as famílias tradicionalmente se reúnem. De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde de hoje, o país tem quase 20 mil casos de pessoas infectadas e mais de 1.000 óbitos.

Especialistas defendem que é muito perigoso que a população comece a relaxar nesse momento de ascensão da curva do contágio e ausência de um sistema de testagem para entender a situação da epidemia no Brasil. Desde que as medidas de isolamento social foram decretadas, o índice de adesão da população chegou a 60%. Duas semanas depois, mais precisamente na última quarta-feira, caiu para uma média de 50%. 

O comportamento da população de São Paulo levou o Governador do Estado, João Dória, a anunciar ações mais incisivas para reforçar a importância da quarentena. Em coletiva realizada ontem, Dória afirmou que o feriado prolongado da Páscoa será o teste de conscientização das pessoas. Caso o monitoramento indique menos 60% de adesão da população à quarentena, medidas mais duras e restritivas, que podem incluir penalização de prisão, serão adotadas para as pessoas que desobedecerem essa orientação.

O Supremo Tribunal Federal julgará na próxima semana ações apresentadas por partidos e entidades que questionam medidas adotadas pelo governo federal para tentar conter o avanço do coronavírus e os efeitos da crise na economia. Parte das ações têm relação com a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores sobre as linhas gerais a serem seguidas em temas como isolamento social e a permissão para redução de jornada de trabalho e de salário.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia fez algumas críticas à flexibilização do isolamento social defendida por alguns membros do Governo Federal. Maia também afirmou que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dificuldades para entender a gravidade da situação.

O Brasil está preparando uma megaoperação que exigirá até 40 voos para transportar 240 milhões de máscaras da China para combater o coronavírus, depois de ter tido várias compras de empresas chinesas frustradas. A carga, que inclui máscaras cirúrgicas e N95 (modelo com filtro que impede a entrada do vírus no sistema respiratório), deve começar a chegar ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em cerca de 15 dias, antes do esperado pico da pandemia no país no final do mês.

O embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, pediu que os cidadãos do país que estejam em viagem pelo Brasil voltem o mais rapidamente possível para a casa. Em uma carta publicada no site da Embaixada, o diplomata pede urgência no retorno e cita a escalada de casos graves e de mortes, reforçando o temor de que a situação se agrave rapidamente. Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido atualizou as recomendações de viagem para o Brasil. O país já recomendava o retorno de viajantes que estivessem por outros países “enquanto ainda houver rotas comerciais disponíveis”.

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Calculadora de pressão assistencial por Estado - A calculadora permite estimar a pressão assistencial esperada em função de incremento de necessidade de internações pelo COVID-19. Todos os parâmetros abaixo podem ser ajustados para melhor refletir a sua realidade local. Uma vez ajustados a simulação considera os novos parâmetros escolhidos para estimar a taxa de ocupação de leitos em cada município

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