Foto de capa: Navesh Chitrakar/Reuters

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O número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda pode quase dobrar e chegar a 265 milhões neste ano devido às conseqüências econômicas da pandemia. Os dados foram informados pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU.

Essa estimativa é baseada no impacto das perdas de receitas com turismo, já que houve uma queda significativa nas restrições de viagem em função da pandemia.

Arif Husain, economista chefe e diretor de pesquisa do Programa Mundial de Alimentos, afirmou em uma conferência virtual que a Covid-19 é potencialmente catastrófica para milhões de pessoas que já estão “’por um fio” e que é preciso união para lidar com a crise, caso contrário o custo global será alto demais: muitas vidas e meios de subsistência serão perdidos.

Oficiais da ONU não deram um detalhamento geográfico das necessidades crescentes, mas disseram que a África provavelmente será a mais atingida. Mesmo antes da pandemia de coronavírus, os gafanhotos do deserto na África oriental haviam destruído as colheitas e aumentado o número de pessoas dependentes de ajuda alimentar.

No Brasil, o governo federal anunciou em março uma série de medidas na área trabalhista para enfrentar os impactos da pandemia de coronavírus nas atividades econômicas e tentar preservar os empregos e a renda dos trabalhadores. Uma delas é a Medida Provisória 927, que altera uma série de regras trabalhistas durante o período de calamidade pública com o objetivo de auxiliar as empresas e preservar os empregos.

Já a medida provisória 946, que entrou em vigor em 7 de abril, autorizou saque de até R$ 1.045 de contas ativas e inativas do FGTS entre junho e dezembro. Segundo o governo, mais de 60 milhões de trabalhadores serão beneficiados, e poderão sacar até R$ 36,2 bilhões. De acordo com o Ministério da Economia, como o distanciamento social afeta importantes atividades econômicas, o novo saque é uma das medidas que visa garantir a sobrevivência das pessoas mais afetadas.

Um plano gradual de reabertura da economia de São Paulo deve ser anunciado amanhã (22/4) pelo governo do Estado, com implementação a partir de 11 de maio. O governador João Doria afirma que a determinação será gradual e respeitando as ordens da ciência. Aliados do governador admitem que, caso o número de casos de pessoas infectadas cresça muito nas próximas semanas, mesmo essa abertura gradual poderá ser postergada. São Paulo possui mais de 14 mil pessoas infectadas e mais de mil óbitos, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde.

No Rio de Janeiro, o setor supermercadista contratou mil funcionários durante a pandemia do coronavírus. Os dados são do levantamento divulgado pela Associação de Supermercados do Rio de Janeiro – Asserj. As mil vagas de trabalho foram preenchidas entre os dias 11 de março e 11 de abril. No mesmo período, o setor registrou alta de 21% nas vendas, de 56% no delivery e 124% nas vendas online.

A Agência das Nações Unidas revisou os números regionais em um relatório que avalia os efeitos da pandemia, alertando que o maior impacto será na América do Sul devido à alta dependência das exportações para a China e dos preços das matérias-primas. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal afirma que a crise na região em 2020, que registrou queda de 5,3% no PIB, será a pior de toda a história. A América Latina registra mais de 100 mil casos de transmissão do novo coronavírus, segundo contagem da Reuters baseada em dados oficiais. A Agência declarou que o surto “será a causa da maior crise econômica e social da região em décadas, com efeitos muito negativos sobre o emprego, a luta contra a pobreza e a redução da desigualdade.”

 

Doações para combate ao coronavírus no Brasil ultrapassam R$3 bilhões

 

Doações realizadas por empresas, associações e campanhas de arrecadação para combater o avanço do coronavírus no Brasil chegaram a R$ 3,1 bilhões.

De acordo com o último relatório consolidado da ONU lançado em 2017, o valor ultrapassa o acumulado de 1 ano inteiro de filantropia no país. O documento indicava queda ano a ano em ações filantrópicas no Brasil, que totalizavam menos de R$3 bilhões em 2016.

A Prefeitura de São Paulo recebeu uma doação de 50 mil máscaras da Prefeitura de Xangai destinadas à Secretaria Municipal de Saúde e aos hospitais públicos municipais. A iniciativa foi realizada por meio de uma articulação da equipe internacional da Prefeitura de São Paulo com a Consulado Geral da China. Xangai é cidade-irmã de São Paulo desde 1988.

Em Jundiaí (SP), empresas estão se unindo para ajudar a região a enfrentar a crise por conta do coronavírus. Um grupo que reúne empresas produtoras de vinagres e bebidas está doando desde utensílios médicos e até álcool em gel.

Em Recife, profissionais de saúde e outros atores da sociedade civil organizaram uma campanha solidária batizada “Avental do Bem”. A iniciativa visa a arrecadação de recursos para confecção de aventais cirúrgicos, material essencial para a proteção dos profissionais de saúde no combate ao coronavírus.

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Gráfico do Ministério da Saúde de casos acumulados de pessoas infectadas e óbitos

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