Foto de capa: Herculano Barreto Filho/UOL
 

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Na linha de frente no combate à pandemia, profissionais da área de saúde lidam com riscos de contágio e falta de testagem para a covid-19. Já foram registrados ao menos 47 óbitos e 5.766 afastamentos nos hospitais do país relacionados à propagação do vírus no ambiente hospitalar, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem – Cofen atualizados na manhã de hoje (23).

São Paulo lidera o ranking, com 1.818 afastamentos. Com 1.520 enfermeiros e técnicos de enfermagem com licença médica, o Rio aparece em segundo lugar na lista, seguido por Santa Catarina (438), Minas Gerais (321) e Rio Grande do Sul (251). O dado foi obtido com a soma de profissionais de saúde afastados com suspeita de covid-19, casos confirmados e internados.

 

Estudo aponta aumento da velocidade de crescimento da curva de óbitos no Brasil

 

O número de mortes pelo coronavírus no Brasil está aumentando a um ritmo mais acelerado do que o registrado na Espanha, quando o país europeu estava na mesma fase da pandemia, duas semanas atrás.

Com base nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Observatório da Covid-19 BR mede a velocidade da doença no país e compara com dados de outros países. O grupo é formado por especialistas de sete universidades.

Uma das ferramentas para fazer essa análise calcula quanto tempo o coronavírus leva para dobrar o número de óbitos. Até a manhã de hoje (23), mais de 2,9 mil pessoas haviam morrido de Covid-19 no Brasil. Na Espanha, o número passa de 22 mil.

 

Capitais brasileiras começam a rever planos de flexibilização da quarentena

 

Em São Paulo, a taxa de isolamento cai ontem para 48% e o governador João Doria diz que pode rever flexibilização da quarentena se índice for menor que 50%. A taxa ideal para conter a pandemia de coronavírus é de 70%, segundo declarações anteriores do coordenador do centro de contingência contra a doença, o médico David Uip. Nesta quinta-feira, o diretor do Hospital Emílio Ribas, Luís Carlos Pereira, falou em três principais cenários: o ideal, de 70%, o possível, de 60% e um terceiro de 50% ou menos.

Doria salientou que nos últimos quatro dias anteriores a esta quarta-feira, a taxa de isolamento superou 50% e que, portanto, “é perfeitamente possível um esforço adicional da população” para que se mantenha “o planejamento da flexibilização após o dia 10 de maio”.

Na cidade do Rio de Janeiro, feirantes protestam após suspensão de feiras livres por 10 dias pela prefeitura. Trabalhadores afirmam que decisão foi tomada ‘de uma hora para outra’ e já tinham comprado alimentos para a venda. A determinação do prefeito Crivella começou a valer hoje. A prefeitura afirma que a proibição foi decidida para evitar aglomerações e que avisou a maior parte dos trabalhadores, que só vão poder voltar a fazer as feiras a partir de 3 de maio.

Segundo Rogério Bastos, coordenador de feiras da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, durante esse tempo, todos os feirantes serão chamados para conversar e estabelecer estratégias no sentido de minimizar ao máximo os possíveis prejuízos causados nesse momento.

De acordo com o último levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, o RJ registrou ontem 490 mortes por Covid-19 e mais de 5.500 casos da doença. Na capital, 1.775 pessoas receberam alta depois de se recuperar do vírus. A cidade conta com apenas nove leitos disponíveis em Unidades de Tratamento Intensivo para novos casos de infecção.

A Justiça Federal do RJ determinou que os seis hospitais federais do estado cedam seus leitos livres para que o Sistema de Regulação Unificado (Sisreg) possa utilizar no combate à Covid-19. A decisão deve ser cumprida em 48 horas com pena R$ 1 mil por dia de descumprimento. O objetivo é garantir o fluxo dos pacientes diagnosticados com a doença para os leitos federais, conforme necessidade identificada pela Secretaria Estadual de Saúde. A ação civil pública é de autoria da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério Público Federal (MPF).

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Mapa de casos no país atualizado em tempo real
Calculadora de pressão assistencial por Estado - A calculadora permite estimar a pressão assistencial esperada em função de incremento de necessidade de internações pelo COVID-19. Todos os parâmetros abaixo podem ser ajustados para melhor refletir a sua realidade local. Uma vez ajustados a simulação considera os novos parâmetros escolhidos para estimar a taxa de ocupação de leitos em cada município
Gráfico do Ministério da Saúde de casos acumulados de pessoas infectadas e óbitos

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