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Cientistas chineses relataram ter conseguido proteger um grupo de macacos, ratos e camundongos da infecção pelo novo coronavírus em um experimento de vacina. O trabalho foi publicado em um repositório de artigos científicos, mas ainda não foi revisado por outros acadêmicos. Especialistas ponderam que o número de animais testados ainda é pequeno para resultados significativos.

A seção de notícias da revista Science repercutiu o artigo e explicou que os experimentos foram realizados com oito macacos, que receberam duas doses diferentes. Após três semanas, os pesquisadores introduziram o vírus nos pulmões dos animais por meio de tubos nas traqueias e nenhum desenvolveu a infecção. O teste em humanos começou no dia 16/4. Entretanto, os especialistas alertam que o desenvolvimento de uma vacina para COVID-19 ainda deve levar ao menos mais um ano.

Brasil anuncia novas medidas de enfrentamento a pandemia

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde Nelson Teich falou sobre a posição da Pasta acerca das medidas de distanciamento social, afirmando que será preciso uma avaliação constante. Teich defendeu que o relaxamento do isolamento pode ser importante se não comprometer o combate à pandemia, e declarou que será preciso mapear o dia a dia para entender o que é melhor pra sociedade.

Perguntado sobre o uso da cloroquina, o Ministro lembrou que não há orientação do Ministério da Saúde, uma vez que não há base científica sobre os efeitos da substância nos pacientes. De acordo com representantes do Conselho Federal de Medicina, os diversos testes realizados em outros países e no Brasil ainda não trouxeram evidências científicas sobre a eficácia da cloroquina no tratamento de COVID-19. Contudo, a entidade endossou a diretriz de que cabe a cada médico optar ou não por receitar o medicamento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Esta previsão já havia sido colocada no guia de diagnóstico e tratamento do Ministério da Saúde divulgado no início de abril.

O Ministério da Agricultura elaborou uma cartilha com recomendações de higiene e saúde para os agricultores para evitar o contágio da Covid-19 no campo. O documento, elaborado pelo ministério juntamente com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, reúne 35 recomendações que englobam desde conceitos básicos como lavar as mãos com água corrente e sabão líquido, orientar os funcionários em relação aos cuidados com higiene pessoal e uso de equipamentos de proteção individual. Há também outras orientações mais específicas da atividade.

Enquanto isso, o Brasil registra 3.365 mortes provocadas pela Covid-19 e 50.512 casos confirmados da doença em todo o país. Testes imprecisos e insuficientes são um problema global, mas no Brasil estão em uma escala totalmente diferente. O maior país da América Latina está testando pessoas a uma taxa muito mais baixa do que qualquer outra nação, com pelo menos 40.000 casos. Segundo o jornal Washington Post, “não importa o quão ruim a situação pareça no Brasil – o país mais atingido pelo coronavírus no Hemisfério Sul – a realidade é significativamente pior”.

De acordo com um estudo feito pelo Observatório Covid-19 BR a pedido do portal UOL, o Brasil já pode ter até nove vezes o número de mortes divulgado oficialmente. Devido a essa demora na inserção das mortes nas estatísticas oficiais, o país já poderia ter entre 3.800 e 15.600 mortes. O grupo, que reúne pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras, também chegou a calcular que, em um cenário mais pessimista, o número pode ser até nove vezes o dado oficial. O levantamento levou em conta a demora entre as ocorrências das mortes e a entrada delas nas estatísticas do governo.

O Brasil é um dos países que menos realiza testes para COVID-19, segundo uma comparação internacional feita pela BBC News Brasil a partir de dados oficiais compilados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. De acordo com o Ministério da Saúde, foram realizados mais de 132 mil testes específicos para o vírus até o dia 20/4. Outros 56 mil estão em análise. Isso significa que atualmente a proporção de testes é de 63 por cada 100 mil habitantes, considerando uma população de 210 milhões de pessoas.

Em Santa Catarina, o funcionamento de centros comerciais e afins foi autorizado pelo governo. A medida gerou uma repercussão negativa após o shopping Neumarkt, em Blumenau, ter aglomeração de pessoas durante a reabertura. A Justiça de Santa Catarina estabeleceu multa de R$ 500 mil por dia caso a administração do shopping não siga as normas de distanciamento social estabelecidas em portaria para reabertura do setor. Em todo estado são mais de 1.110 pacientes diagnosticados, sendo quase 40 mortes.

No Rio de Janeiro, um menino de 12 anos morreu em decorrência do novo coronavírus, se tornando a vítima mais jovem no estado. A criança estava internada no Hospital Federal dos Servidores do Estado, na Saúde, região central da cidade.

A rede estadual de hospitais do RJ não possui mais leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) para pacientes com a COVID-19 na cidade do Rio. As únicas vagas disponíveis eram no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda. Apenas na rede estadual, 356 pessoas estavam na fila por um leito de UTI, sendo 220 pacientes suspeitos ou confirmados com o vírus. O estado registra mais de 6 mil casos confirmados e 530 óbitos pela doença.

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Calculadora de pressão assistencial por Estado – A calculadora permite estimar a pressão assistencial esperada em função de incremento de necessidade de internações pelo COVID-19. Todos os parâmetros abaixo podem ser ajustados para melhor refletir a sua realidade local. Uma vez ajustados a simulação considera os novos parâmetros escolhidos para estimar a taxa de ocupação de leitos em cada município

Gráfico do Ministério da Saúde de casos acumulados de pessoas infectadas e óbitos

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