A Temporada Cultural da China no Brasil levou à Capital Federal um espetáculo inédito da Companhia de Ópera Wu de Zhejiang, vinda da China.
O grupo de artistas apresentou o show “Um Passeio na Tradição: Vislumbres da China” para cerca de mil pessoas no Teatro Pedro Calmon, em Brasília, na última sexta (16).
Estavam presentes autoridades, membros do corpo diplomático e profissionais de imprensa do Brasil e da China. Antes do início da apresentação, o presidente do Ibrachina, Thomas Law, e o ministro da Embaixada da China, Jin Hongjun, destacaram que o evento faz parte das comemorações do aniversário de 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China, colaborando para a integração cultural dos dois povos.
Espetáculo mistura várias formas de arte
A tradicional Ópera Wu é um dos principais gêneros teatrais em Zhejiang, com uma história de mais de 500 anos. Em 2008, foi designada como patrimônio cultural intangível da China, dada sua importância papel na herança artística e cultural do país.
Ao longo da noite, os artistas chineses executaram 11 atos, mesclando performances teatrais, música, dança, acrobacias e movimentos de artes marciais. Parte da trilha sonora foi tocada ao vivo, com instrumentos tradicionais como suoná e huihu.
A apresentação começou com a dança do Dragão de 9 Segmentos, feita com ágeis movimentos coreografados. Antes de cada ato, o apresentador fez uma pequena explicação do que se tratava cada história. Quando havia músicas cantadas em mandarim, um telão mostrava a tradução. Assim, o público presente pôde conhecer mais a fundo a origem de cada personagem e acompanhar as narrativas.
Nessa experiência cultural, o folclore do país asiático ganha vida em interpretações emotivas. Os figurinos são um show a parte, com seu significado histórico e cores vibrantes. Também cativou o público as impressionantes mudanças de máscaras. Como num truque de mágica, são feitas sem que o artista toque no rosto.
Programa
- O dragão de nove peças – Nove bailarinos sustentam um dragão, símbolo de prosperidade e sabedoria. Ele serpenteia no palco, com uma coreografia repleta de saltos, giros e acrobacias.
- A donzela celestial espalha flores – Uma criatura celestial enviada por Buda espalha flores sobre a humanidade. A performance inclui a “dança da faixa de seda”.
- Sanchakou – Um general injustamente exilado procura refúgio numa pousada. No meio da noite, um herói chega para resgatá-lo, mas o dono da pousada o confunde com um inimigo e o enfrenta.
- A Ninfa de Sizhou – Um ser maligno aterroriza a cidade de Sizhou até ser confrontada pelo lendário Rei Macaco e seu exército celestial.
- Solo de huihu – É um instrumento de cordas friccionadas, com mais de 200 anos de história. Essa apresentação demonstra a riqueza e a complexidade da música tradicional chinesa.
- Interação: Ópera-Pop – Combinando elementos da ópera chinesa com a música pop contemporânea, mescla técnicas de canto e melodias tradicionais com ritmos modernos.
- Solo para suoná: Colhendo tâmaras – O suoná é uma espécie de trombeta conhecida por seu som vibrante e emotivo.
- A liteira nupcial – Uma comédia que mostra a viagem de uma noiva em sua liteira, carregada por quatro homens. Entediados, os carregadores resolvem pregar uma peça nela. Irritada, ela arquiteta sua vingança.
- Lü Bu doma o corcel – Um general recebe um lendário corcel de presente. Ele leva suas tropas a uma planície para testar as habilidades do animal arredio.
- Bloqueando os cavalos – Um mal-entendido leva a um combate feroz, onde os guerreiros demonstram seu domínio das artes marciais com técnicas complexas e acrobacias.
- O Rei Macaco agita a primavera – Uma exibição de acrobacias e artes marciais. Enquanto manejam suas armas, os macacos executam saltos e movimentos corporais complexos. A
Patrocinadores
O evento é uma realização do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e do Ministério da Cultura, através de financiamento da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com organização da Embaixada da China no Brasil, patrocínio da CPFL, da State Grid e do Bank Of China, e apoio do Chinese Bridge Club in São Paulo e Delb.
Veja como foi: