Conhecido como o Picasso de Mogi das Cruzes, Chang Dai Chien viveu quase duas décadas no Brasil e ficou conhecido como um dos dez artistas mais expressivos do mundo. Morando em uma bela propriedade no interior de São Paulo, o artista costumava se inspirar nos lagos, pontes, jardins e esculturas naturais que ele mesmo construiu no distrito de Taiaçupeba.
Nascido em uma família de artistas em Neijiang, Sichuan, China, Chang começou estudando técnicas para tingir tecidos em Kyoto, no Japão. Foi em Shanghai que sua carreira prosperou. A pedido do governador de Qinghai, Ma Bufang, ele foi enviado para trabalhar e estudar a arte budista.
Em uma viagem às pouco exploradas cavernas de Dunhuang, o pintor teve contato com inúmeras obras de arte desconhecidas pela civilização até o ano de 1900. Encantado com as 2 mil estátuas, esculturas e mais de 50 mil documentos históricos, Chang decidiu estudar pinturas coloridas feitas a partir de técnicas e cores abandonadas pela sua cultura.
Com a Revolução Chinesa, o artista decide mudar-se para Hong Kong e posteriormente para Darjeeling (Índia). Na década de 50, se instala em Mogi das Cruzes com família e filhos. Era comum vê-lo passear pela cidade com roupas típicas, longas barbas e um cajado. Sua figura tornou-se histórica na cidade, especialmente por estar sempre carregando um macaco (gibão) nos ombros.
Com ajuda do governo chinês cria o famoso Jardim das Oito Virtudes (Bade Yuan) e constrói um lago cheio de ornamentos com cinco pavilhões (Wu Ting Hu) em sua propriedade.
Chang ficou famoso por suas pinturas no estilo guohua, mas em meados da década de 60, experimenta o estilo xieyi até chegar a uma técnica autoral completamente diferente. Foi nos Estados Unidos que o pintor teve sua última residência.
O artista chegou a se reunir com Picasso em Antibes (França) no ano de 1953, marcando um momento histórico de encontro dos mestres da arte ocidental e oriental.
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