Os drung (também grafado derung) são uma etnia chinesa pequena, com cerca de 8 mil membros. Eles vivem principalmente no vale do rio Dulong, condado autônomo de Gongshan Drung e Nu, província de Yunnan.
Possuem um idioma próprio, também chamado drung, pertence ao grupo tibetano-mianmês da família linguística sino-tibetana. Semelhante à língua do povo nu, seus vizinhos, não possui forma escrita. Tradicionalmente eles fazem registros por meio de entalhes na madeira e amarração de nós.
O vale do rio Dulong se estende por 150 km, cercado pelos montes Gaoligong e Dandanglika. É uma área com chuvas abundantes. Nas florestas nativas que cobrem as encostas das montanhas há abundância de animais selvagens e depósitos minerais.
Os drung são majoritariamente agricultores. Eles cultivam milho, trigo-sarraceno, arros, feijão e batata.
Costumes e tradições
Poucos registros históricos foram encontrados sobre a origem desta minoria étnica. Alguns registros mostram que já eram conhecidos desde a Dinastia Yuan (1271-1368). Porém, receberam nomenclaturas diferentes. Eram chamados de “qia”o na Dinastia Yuan e Qiu ou “qu” na Dinastia Qing (1644-1911). Somente com a fundação da República Popular da China, em 1949, após consulta aos seus membros, resgatou-se o nome oficial da minoria: drung.
Historicamente, a sociedade drung é baseada em 15 clãs patriarcais chamados “Nilo”. Cada Nilo consistia em várias comunas familiares, e cada comuna ocupava um território separado, delimitado por riachos e cumes de montanhas. O clã era ainda dividido em “ke’eng”, ou aldeias, onde as pessoas moravam em casas compridas.
Os membros ke’eng praticavam a agricultura coletiva em terras da aldeia, caçando, pescando e coletando em grupos. Atualmente, esse sistema não é mais seguido, sendo substituído pela produção realizada por famílias consanguíneas.
Parte dos drung ainda produz artesanato a base de bambu e rattan, e se dedicam à tecelagem de linho. Um de seus costuma é armazenar os grãos colhidos em encostas distantes de casa. Para aliviar o fardo quando percorrem longas distâncias, penduram as cestas de volta no galho de uma árvore. Ninguém toca nos pertences dos outros. Nessa sociedade não ocorrem roubos ou crimes.
Vestimenta e festivais
Tanto homens quanto mulheres usam o cabelo comprido. Um aspecto distintivo é que as mulheres drung costumam tatuar o rosto no início da puberdade, variando os padrões de acordo com o clã.
Ambos os sexos costumavam usar uma veste de linho, tipo colete, listrado e colorida. Ela é presa com cordas feitas de palha ou agulhas de bambu.
O Festival Kaquewa é sua maior celebração, e marca a chegada do Ano Novo. É realizado durante o décimo primeiro e décimo segundo meses lunares. A data exata varia de acordo com o local. As festividades geralmente duram tanto quanto a comida. Geralmente eles fazem uma cerimônia nos primeiros dias, onde sacrificam bois que são cozidos e sua carne consumida por todos. Esse festival tem diversas atividades cerimoniais, incluindo “sacrifícios ao deus da montanha”.
No primeiro dia da festa, cada família pendura uma manta colorida. De manhã, as pessoas colocam fitas de papel em frente às suas casas e queimam ramos de pinheiro. Eles tocam gongos para celebrar e cada família prepara comidas em casa e rezam por uma abundante colheita.
Durante o festival, a multidão forma um círculo ao redor da praça da aldeia e toca gongos e agita no ar espadas e arcos. São realizados apresentações de canto e dança em grupos.
Conheça mais sobre os drung no vídeo abaixo (original é em inglês, mas é possível colocar legendas em português).