Nascida no Piauí, Alessandra Rocha tem formação em Biologia e Direito. Apaixonada pela arte chinesa, está terminando sua graduação em Teoria, Crítica e História da Arte, na Universidade de Brasília, onde pesquisa sobre Zhang Daqian, pintor chinês que viveu no Brasil.
Em entrevista ao Chinese Bridge Club, ela conta que sua aproximação com cultura chinesa ocorreu logo no início da pandemia, em 2020, quando começou a praticar Taijiquan [tai chi chuan] em casa. “Tinha de fazer exercícios físicos e fui procurar uns vídeos para conhecer a prática, saber a origem, conhecer a história. Apareciam muitos vídeos em chinês, com legenda em mandarim”, lembra.
“Mesmo sem entender, continuei a assistir por causa das imagens. Em seguida começou a assistir séries chinesas e vídeos sobre a China”, lembra. Isso a estimulou a aprender mandarim, inicialmente sozinha, em aulas no YouTube. Posteriormente, matriculou-se em um curso online.
Alessandra conta que durante a pandemia, acabou vendo muitas coisas sobre a China. “Por um lado, houve preconceito, por outro houve admiração. Houve xenofobia contra os chineses, mas também houve uma busca por saber mais sobre esse país, sobre essa cultura”, explica. Ela decidiu agir e criou o podcast ‘Chá da China’ para que as pessoas conhecessem mais sobre a importância que a China tem e sempre teve no mundo, além de apresentar de uma forma introdutória, mais simples, aspectos da milenar cultura chinesa.
O objetivo, segundo a criadora, é “chamar a atenção para tudo que nós temos e usamos de origem chinesa e às vezes desconhecemos ou simplesmente esquecemos sobre essa origem, o chá, o arroz, o papel, a imprensa, enfim, muita coisa do nosso dia a dia, sem falar em acupuntura, artes marciais, o chamado kung fu etc”. Outro aspecto que motivou Alessandra foi o fato de buscar mais informações e encontrar pouco conteúdo relevante em português sobre alguns tópicos que pesquisava, como arte e literatura produzidas na China.
O podcast, que está em sua quarta temporada, aborda assuntos muitos diversos, desde história do país até assuntos contemporâneos, visando atender públicos de faixas etárias e interesses diferentes.
“A resposta ao podcast sempre foi muito boa, com ouvintes muito fiéis. Nunca tive respostas negativas, agressivas, as pessoas sempre são muito respeitosas, mandam sugestões de temas para os episódios, agradecem e eu também sou muito grata a cada pessoa que ouve que já ouviu algum episódio”, ressalta.
O podcast já está na quarta temporada e o número de ouvintes tem crescido muito. “Essa busca reflete um aumento do interesse pela China e pelo aprendizado da língua chinesa. Há o aspecto econômico, pessoas que estão aprendendo mandarim por motivos profissionais, mas percebo que há também uma procura maior por tradutores do chinês para português”, analisa Alessandra.
Ela também identifica que muitas pessoas que estão estudando mandarim porque gostam de séries ou de webnovels, especialmente de fantasia chinesa, e querem assistir e ler no idioma original. “O interesse pela língua e na cultura tende a aumentar nos próximos anos, inclusive devido a mudanças no cenário internacional, fator importante nessa busca por mais informações sobre a China contemporânea”, finaliza.
Conheça melhor o Chá da China
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