Usando um dos supercomputadores mais rápidos do mundo e um sistema próprio de inteligência artificial (IA), cientistas chineses estão projetando produtos químicos novos que poderão ser usados clinicamente no futuro.
O supercomputador Tianhe-2, que fica em um laboratório na Província de Guangdong, sul da China, foi classificado entre os 10 computadores mais rápidos do mundo em levantamento publicado este mês. Ele possui mais de 3 milhões de núcleos e 1,375 TiB (Tebibyte, equivalente a mil Terabytes). A máquina é usada como uma plataforma para a descoberta de medicamentos, com os algoritmos baseados em IA tornando-a ainda mais “inteligente”.
Cientistas da Universidade Sun Yat-sen (em Guangzhou) e da startup chinesa de inteligência artificial Galixir, juntamente com os do Instituto de Tecnologia da Geórgia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), utilizaram o Tianhe-2 para desenvolver um kit de ferramentas de aprendizagem profunda para prever os caminhos biossintéticos para produtos naturais (NPs).
Os produtos naturais são a principal fonte de descoberta de medicamentos clínicos. Embora existam mais de 300 mil NPs já foram registradas, devido à complexa técnica de produção, apenas um décimo foi desenvolvido como um substrato ou produto.
A tecnologia chinesa poderá mudar isso muito em breve. Um estudo revelou que foi possível identificar com sucesso caminhos biossintéticos para 90,2% dos compostos testados.
Além de precisa, a análise do Tianhe-2 com o sistema de Inteligência Artificial é muito rápida, encurtando para apenas um dia o tempo de testes que antes levavam mais de duas semanas.
Um modelo de triagem de genes no Tianhe-2 pode efetivamente discernir diferentes tipos de câncer gástrico, descobrir sinais de câncer de nasofaringe, detectar de forma não invasiva doenças hepáticas e biliares. A expectativa é que essa “supermáquina” aponte caminhos novos para a medicina dentro de pouco tempo.
