As plataformas de vídeos curtos têm feito uma revolução na maneira como as pessoas se divertem na internet. Há dois aplicativos chineses que lideram essa corrida de popularidade em muitos países, inclusive no Brasil: TikTok e Kwai.
São conhecidos por apresentar vídeos divertidos, usando músicas, efeitos especiais e filtros fornecidos pelo próprio aplicativo. A influência deles dentro e fora da Internet é muito grande, gerando celebridades instantâneas e popularizando músicas que não tinham espaço nas rádios, por exemplo.
As plataformas oferecem a possibilidade de editar, publicar e fazer circular vídeos curtos (variando entre 3 segundos e 3 minutos). O algoritmo dessas plataformas possibilita que seja possível consumir os materiais de maneira muito rápida, sendo altamente sofisticados e capazes de fornecer material similar conforme os interesses dos usuários.
Geralmente, quando alguém assiste a um vídeo novo, eles avaliam se você fica até o final, é “curte”. Isso ajuda a montar o seu perfil com testes contínuos baseados em aprendizado de máquina. Esse parece ser o segredo dos aplicativos que oferecem material extremamente segmentado.
Além disso, as opções de edição simples e a facilidade de uso podem tornar todo usuário em um criador de conteúdo. Não é à toa que TikTok e Kwai têm mais de 1 bilhão de usuários pelo mundo cada. Outro fator que ajudou na sua popularização foi a possibilidade de remunerar os usuários, tanto pela quantidade de vídeos vistos quanto no sistema de indicação de amigos, por meio do uso de códigos pessoais.
É seguro dizer que eles têm mudado não apenas o rumo das redes sociais, mas também a maneira como as empresas lidam com a publicidade. Afinal, muitos usuários ficam horas passando por vídeos, com desafios, dancinhas, duetos e dublagens que se tornaram virais. Isso obrigou as marcas a ajustarem suas estratégias de marketing digital para fortalecer a comunicação com o público. Um bom exemplo é a Lu, avatar em 3D da Magalu. Seu perfil no TikTok possui 5,5 milhões seguidores e seus vídeos já receberam mais de 45 milhões de curtidas.
O sucesso dos apps chineses é tão grande que Instagram e o Youtube modificaram suas plataformas para aceitar vídeos no mesmo estilo dos produzidos para TikTok e no Kwai: na vertical e curtos.
Um novo levantamento realizado pela consultoria alemã Statista mostra que o Brasil já é o segundo maior mercado desses aplicativos, depois da China.
TikTok
No ano de 2014, o aplicativo Musical.ly passou a fazer muito sucesso na China, principalmente entre os jovens. Em pouco tempo começaram a viralizar os vídeos de dança e sincronização labial. A empresa ByteDance, criada por Zhan Yiming, lançou então um concorrente chamado Douyin em 2016.
Como tornou-se muito popular entre os chineses, foi lançado mundialmente em 2017, já com o nome alterado para TikTok. No ano seguinte, a ByteDance comprou a Musical.ly e transformou os dois apps em um só. O Douyin continua existindo na China, mas roda em uma rede diferente.
Considerada a startup mais valiosa do mundo, o TikTok tem valor estimado em mais de US$ 75 bilhões. Ele está disponível em 154 países do mundo, em 75 idiomas diferentes.
No Brasil ela tem investido na transmissão de jogos da Copa do Nordeste e Copa do Brasil, além de oferecer material exclusivo de canais populares no Youtube, como Dibradores e Desimpedidos.
Kwai
O Kwai, que na China chama-se Kuaishou. Criado pela empresa Kuaishou (“mão rápida” em mandarim), pertence ao empresário Su Hua.
Surgido em 2011, chegou ao Brasil no final de 2018. Atualmente é o principal concorrente do TikTok, com uma plataforma muito semelhante. O aplicativo exibe vídeos curtos, mas tem como diferencial sua integração com Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp, permitindo ser usado junto com o Status.
O Kwai utiliza recursos de Realidade Aumentada, para oferecer melhores filtros e “efeitos de embelezamento”, um recurso muito popular entre os jovens.
O aplicativo tem cerca de 40 milhões de usuários no Brasil e tem inovado ao firmar contratos de patrocínio de competições como a Copa América, visando fortalecer a marca em outros países da América do Sul.