A relação diplomática entre Brasil e China foram marcadas por visitas oficiais de autoridades de alto nível ao longo desses 50 anos. Esses encontros serviram para estreitar os laços entre as duas nações e foram marcados pela assinatura de novas parcerias e acordos de cooperação.
A primeira visita ao Brasil foi do primeiro-ministro Zhao Ziyangem, em 1985. Ele esteve em Brasília e assinou o Acordo de Cooperação Cultural e Educacional, que está em vigor desde março de 1988.
Por sua vez, o primeiro-ministro Li Peng esteve no Rio de Janeiro em junho de 1992, para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92.
A visita também incluiu a inauguração do Consulado-Geral da China no Rio de Janeiro e uma visita à usina elétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, Paraná. Isso acabou se desdobrando na realização de dez missões chinesas para conhecer a experiência brasileira na construção e implantação de usinas hidrelétricas e a participação da Companhia Brasileira de Projetos em licitações para a construção de duas hidrelétricas chinesas naquele ano.
Outro fato marcante para as relações bilaterais em 1992 foi a repactuação do “Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica”, originalmente assinado em 1984.
Segundo os estudiosos, a “primeira fase” do estabelecimento de vínculos diplomáticos entre Brasil e China foi de 1974 até 1993, quando foi assinada a declaração de Parceria Estratégica. Esse importante documento foi firmado a partir da vinda do então vice-primeiro-ministro Zhou Rongji, em março de 1993. Ele visitou diferentes cidades do país e incentivou seu país a formalizar a proposta da parceria estratégica, assinada pelo presidente Jiang Zemin, quando esteve no Brasil em novembro daquele ano.
Vale o registro que o Brasil foi o primeiro país a assinar um acordo de parceria estratégica com a China. Em 1993, os dois países também assinaram o “Acordo Espacial Brasil-China” e o “Acordo sobre Quarentena Vegetal”, além de um protocolo sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior.
Em novembro de 1996, o primeiro-ministro chinês, Li Peng, fez uma nova visita ao Brasil. Na ocasião, os governos firmaram o “Acordo sobre a Permanência do Consulado Geral do Brasil em Hong Kong”.
Somente em junho de 2012 um primeiro-ministro da China voltou ao Brasil. Wen Jiabao participou da Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro. Sua vinda foi marcada pelo lançamento do “Plano Decenal de Cooperação 2012-2021”, que estruturou iniciativas conjuntas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Também foram assinados atos bilaterais nas áreas econômica, financeira, de cooperação aduaneira, agricultura, ciência e tecnologia, cultural, intercâmbio educacional, entre outros
O fato mais marcante da visita oficial foi o anúncio da elevação do relacionamento sino-brasileiro à “Parceria Estratégica Global”. Essa decisão mostrou o reconhecimento da crescente influência estratégica dos dois países em cenário internacional, marcado pela emergência de um mundo multipolar. Ao mesmo tempo, foi criado o “Diálogo Estratégico Global entre Chanceleres”, que prevê reuniões regulares em Brasília e Pequim, para acompanhar a evolução da agenda bilateral e coordenar ações conjuntas sobre temas internacionais de interesse comum.
A visita mais recente de um premiê da China ao Brasil foi a de Li Keqiang, que esteve em Brasília e no Rio de Janeiro, em maio de 2015. Como fruto dos encontros como a presidente Dilma Rousseff, foi anunciada a assinatura de “Acordo Quadro” entre o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, para o Desenvolvimento de Investimentos e Cooperação em Capacidade Produtiva.
Conforme o Itamaraty, “o instrumento visava imprimir novo impulso aos investimentos e à formação de parcerias entre os dois países nas áreas de infraestrutura e logística; energia; mineração; indústria manufatureira; e agronegócio, entre outras”.
Outro documento importante foi a formalização de um novo Plano de Ação Conjunta – PAC, para o período 2015-2021. Complementado pelo Plano Decenal de Cooperação Brasil-China 2012-2021, “renovou objetivos estratégicos e metas de trabalho para o desenvolvimento da cooperação e do diálogo” bilateral.