Os quadrinhos asiáticos começaram a se popularizar no Brasil no início dos anos 1990, na esteira do sucesso dos mangás que ganharam versão animada. Porém, não é possível limitar a produção de histórias em quadrinhos (HQs) apenas aos mangás, que são típicos do Japão.

Manhua é o nome dado aos quadrinhos produzidos na China, que não devem ser confundidos com os manhwa, criados na Coreia do Sul. Acredita-se que as três palavras: mangá, manhwa e manhua sejam derivadas do vocábulo ‘man’, que significa improviso, e ‘hua’, que pode ser traduzido como imagem, pintura. Em tradução livre, todos significariam algo como “desenhos livres”.

Esse era um estilo bastante usado na pintura chinesa do século XVIII, difundindo-se no Japão apenas no século XIX. O termo “manhua” passou a ser sinônimo de todo quadrinho publicado na China após o cartunista Feng Zikai publicar uma coletânea de cartuns intitulada “Zikai Manhua” em 1926.

Diferente do Mangá

Os traços bastante detalhados são característicos dos manhuas, bem como o exagero nas cores, ao contrário do mangá, que é predominantemente em preto e braco e com traços mais caricatos. Eles são lidos da direita para a esquerda para baixo, o manhwa é lido da esquerda para a direita e de cima para baixo.

Os títulos mais populares são os de romance e os de época. Seguindo uma tendência mundial, estão migrando cada vez mais para o lado digital, no que são conhecidos como webtoons, ou quadrinhos online.

Vale a penas conhecer

Embora ainda não haja muitas traduções dessas obras para o português, algumas obras podem ser interessantes para quem consegue ler em mandarim ou inglês, uma vez que muitos são produzidos com foco no mercado internacional:

Ayeshah’s Secret (O Segredo de Ayeshah) é escrito e desenhado por Jing Zhang. Relata a história de Ayeshah, cuja mãe morreu quando ela nasceu e, por isso, ela cresceu com uma madrasta má e três irmãos sem laços de sangue.

Zi Bu Yu é uma obra de Xia Da, famosa desenhista de manhua que já teve seus quadrinhos publicados no Japão. A história é sobre uma garotinha que muda para um lugar rodeado de magia, usando a arquitetura tradicional chinesa como base para seus cenários.

19 days (19 dias) foi originalmente publicado por Old Xian, no formato de “tirinhas rápidas” no site Sina Weibo. Trata-se da história de dois amigos de infância que lidam com sentimentos conflituosos da adolescência enquanto tem de lidar com problemas que envolvem até mesmo mafiosos perigosos.

Mo Dao Zu Shi é escrito e ilustrado por Mo Xiang Tong Xiu, possui uma trama repleta de mistérios e elementos sobrenaturais, se passando em um passado muito distante, destacando vários aspectos da mitologia que compõem a cultura chinesa. A história gira em torno de Wei Wu Xian, conhecido por ser o fundador de um grupo de magia, e seu arqui-inimigo Lan Wang Ji.

½ Prince (Meio Príncipe) é um manhua criado por Yu Wo,  focado no mundo dos jogos, sendo um dos primeiros a introduzir a temática nos quadrinhos chineses. A história é sobre Feng Lan, uma estudante universitária e seu irmão gêmeo, Feng Yang Ming, que vivem no ano de 2100 e participam de desafios de um jogo online. Os designs dos personagens são bastante únicos. É um dos manhuas mais originais e figura na maioria das listas de melhores produções do gênero.

Martial Peak (Auge da Arte Marcial) está entre os manhuas mais populares da China. A história mostra a vida de Yang Kai, um discípulo da Seita de Artes Marciais Lingxiao, que descobriu um Livro Negro Sem Palavras. A posse do livro muda sua sorte e o início de sua jornada nas artes marciais, ultrapassando limites, em busca do “auge”.

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