O segundo maior grupo étnico da China é o zhuang. São cerca de 18 milhões deles vivendo sobretudo na Região Autônoma de Guangxi Zhuang e na Província de Yunnan. A maioria dos Zhuangs vive na Região Autônoma de Guangxi Zhuang, no sudoeste da China, que tem quase o tamanho da Nova Zelândia. O restante se estabeleceu nas províncias de Yunnan, Guangdong, Guizhou e Hunan.
A maioria dos zhuang dedica-se à agricultura, beneficiados pelo clima ameno da regiõa, com uma temperatura média anual de 20º C. As chuvas abundantes alimentam culturas tropicais e subtropicais, como arroz, inhame, milho, cana-de-açúcar, banana, longan, lichia, abacaxi, shaddock e manga. A região também é propícia para cultivo de chá, cogumelo, canela chinesa, ginseng e erva-doce e essência de erva-doce.
História
O uso do nome zhuang foi registrado pela primeira vez há cerca de 1.000 anos, durante na Dinastia Song. As áreas habitadas pelos zhuang ficaram sob a administração da autoridade central da China há 2.000 anos. Em 221 a.C., o Primeiro Imperador de Qin, o primeiro imperador feudal da China a unificar o país, conquistou a área e estabeleceu três ‘prefeituras’. O imperador mandou construir o Canal Lingqu para facilitar a irrigação.
Nos séculos seguintes, durante as dinastias Tang e Song, o desenvolvimento social e econômico foi tal que arrozais irrigados, gado de fazenda, ferro, cobre e fiação e tecelagem se espalharam por toda parte.
Habitando as áreas da fronteira sul da China, os zhuang têm desempenhado um papel importante na defesa do território do país. Na década de 1070, repeliram os agressores anameses; em meados do século 16, expulsaram os invasores japoneses.
Cultura
A língua zhuang pertence à família linguística chinesa-tibetana. Os zhuang utilizaram a escrita Han até 1955, quando o governo central os ajudou a criar um sistema baseado no alfabeto latino. A escrita romanizada tem sido usada em livros, revistas e jornais.
A antiga cultura e arte do grupo étnico Zhuang é munto rica e se destaca por suas características indígenas. Por exemplo, afrescos de 2.000 anos foram encontrados em mais de 50 pontos nos precipícios sobre o rio Zuojiang, que atravessa o sudoeste de Guangxi. O mais conhecido deles é o afresco Huashan no condado de Ningming, com mais de 100 metros de comprimento e 40 metros de largura, com 1.300 figuras. Desenhado em linhas robustas, reflete a vida dos ancestrais dos zhuang.
O tambor de bronze, uma relíquia especial de grupos minoritários no centro-sul e sudoeste da China, remonta a mais de dois milênios. Durante escavações em Guangxi foram descobertos mais de 500 desses tambores, com diferentes designs e tamanhos. O maior ultrapassa um metro de diâmetro e o mais pesado pesa mais de meia tonelada enquanto o mais leve algumas dezenas de quilos. Os tampos e as laterais dos tambores são decorados com desenhos em relevo. Alguns estudiosos acreditam que eram usados para música militar, outras argumentam que seu uso era para música popular e outros ainda pensam serviam para ritos religiosos ou para simbolizar poder e riqueza.
Lendas, contos de fadas, histórias e baladas emolduram a literatura folclórica dos zhuang, que são conhecidos por seu canto. Melodias e letras extemporâneas e uso inteligente de metáforas e enigmas adicionam charme às suas canções. Antigamente, toda comunidade Zhuang realizava seus festivais de música regulares em determinados locais. Os instrumentos musicais Zhuang comuns incluem suona (corneta chinesa), tambor de bronze, címbalo, gongo, sheng (tubo de sopro chinês), xiao (flauta de bambu vertical), di (flauta chinesa) e huqin (um instrumento de cordas) feito de ossos de cavalo.
As danças Zhuang são caracterizadas por temas distintos, passos vigorosos e ágeis, gestos bem-humorados e emoções reais. A Dança da Descasca do Arroz, a Dança da Bola de Seda, a Dança da Captura do Camarão, a Dança da Colheita do Chá, a Dança da Vara do Ombro e a Dança do Tambor de Bronze não apenas retratam vividamente a vida e o trabalho dos zhuang, mas também mostram sua natureza direta e inflexível.
Vestes típicas
O brocado Zhuang é um artesanato originário da Dinastia Tang (618-907). Tecido com belos desenhos em urdidura de algodão natural e trama de veludo tingido, o brocado é excelente para confecção de colchas, toalhas de mesa, aventais e bolsas. Ganhando fama durante as dinastias Ming e Qing (1368-1911), o brocado zhuang foi constantemente aprimorado nas últimas décadas.
As roupas contemporâneas de Zhuang são, em geral, próximas das roupas do povo Han. Mas os vestidos tradicionais são usados em ocasiões especiais. No noroeste de Guangxi, por exemplo, as mulheres mais velhas usam jaquetas sem gola, bordadas e abotoadas à esquerda, usadas com calças largas, cintos e sapatos bordados e saias plissadas. Eles gostam de ornamentos de prata. As mulheres do sudoeste de Guangxi preferem jaquetas sem gola e abotoado à esquerda, lenços quadrados e calças soltas – tudo em preto.