O paulista Calebe Guerra é apaixonado pela cultura chinesa. Sua trajetória de vida está intrinsecamente ligada ao amor pela literatura produzida na China, país onde vive atualmente.

Fluente em inglês e espanhol na adolescência, foi apresentado ao “Sonho da China” por um amigo que trabalhava em Beijing. Acabou tomando uma decisão radical.

“Eu sabia muito pouco da China, na verdade, mas sabia que o chinês era uma língua desafiadora e que o interesse nela só crescia. Então decidi abraçar o desafio linguístico, fui para a China estudar a língua e acabei me apaixonando não só por ela, mas pela cultura e pelo povo. Foi quando decidi ficar e fazer minha carreira acadêmica”, contou em entrevista ao Ibrachina.

Sua primeira experiência foi estudar mandarim em Lanzhou, capital da província de Gansu. Posteriormente, foi para a Universidade JiaoTong de Xi’an. O próximo passo foi tentar a bolsa no mestrado no Departamento de Literatura da Universidade de Wuhan. Ele conseguiu seu objetivo e hoje Calebe faz ali seu doutorado. Em suas redes, compartilha um pouco de sua rotina e como é estudar na China.

Com interesse contínuo pela literatura chinesa, decidiu apresentá-la aos brasileiros. Em 2020, quando voltou ao Brasil por um tempo, traduziu “Ervas Daninhas” de Lu Xun, lançado pela editora Aboio.

“Foi o primeiro livro chinês com o qual tive contato, quando eu tinha apenas 19 anos”, lembra. Calebre ainda não dominava a língua e revela que gastou um dia inteiro para terminar de ler o prólogo, pois precisou buscar no dicionário palavra por palavra.

“Posso dizer que foi amor no primeiro contato. Eu senti como se Lu Xun tivesse conseguido descrever boa parte de tudo o que eu não conseguia colocar em palavras. Os meses que se seguiram foram meses de aprendizado de mandarim justamente para que eu pudesse continuar lendo e entendendo Ervas Daninhas. Tenho uma conexão afetiva muito grande com o livro”, relata.

O tema de sua dissertação de graduação na Universidade JiaoTong de Xi’an foi justamente sobre Ervas Daninhas e Lu Xun. “Eu amo a literatura chinesa e acredito que o futuro ainda trará muitas surpresas de Lu Xun ao Brasil”, assevera.

Outra de suas iniciativas para popularizar a literatura chinesa no Brasil é o podcast BiYiNiao do Livro, disponível no Spotify e no Youtube. “Eu acredito no potencial da literatura chinesa no Brasil. Enquanto não tenho tempo ou recursos para traduzir mais livros, continuo tocando o podcast”, explica. Calebe faz toda a produção sozinho, mas pretende aumentar o escopo quando conseguir mais apoio.

Ele conta que os brasileiros estão muito interessados nos assuntos abordados nos programas, que também falam de filosofia e humanidades. “Eles se identificam com a proposta. O que falta é a popularização. Tirar Confúcio dos meios acadêmicos e trazê-lo para as crises do dia a dia de um brasileiro qualquer. Por muito tempo, a literatura chinesa se tornou uma ferramenta para entender a China e a mentalidade do povo chinês. Acredito que chegou o momento de usar a literatura chinesa para entender o Brasil e a mentalidade do povo brasileiro”, defende.

O nome BiYiNiao, vem de um pássaro mitológico chinês que possui uma só asa. Para alçar voo, ele precisa encontrar outro para voar.

“Só com um servindo da asa que falta no outro, ambos conseguem voar para lugares distantes. Um BiYiNiao sozinho, contudo, não sai do chão. Ele vai sempre precisar de companhia para apreciar o topo das montanhas e voar pelo leito dos rios. O podcast me trouxe isso: pessoas. Foi o amor à literatura chinesa e a universalidade das verdades que encontramos nela que criou o universo do BiYiNiao do Livro”, finaliza.

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